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Parlamento dos Açores solicita auditoria do Tribunal de Contas à SATA

A bancada do PS,que apresentou a proposta, lembra que as contas de 2024 não foram ainda publicadas, mas que a empresa já fez saber que o prejuízo ronda os 83 milhões de euros, que segundo os socialistas é "um dos piores de sempre".

Prejuízo do grupo SATA rondou os 83 milhões de euros em 2024
Prejuízo do grupo SATA rondou os 83 milhões de euros em 2024 DR
10 de Julho de 2025 às 22:01

O parlamento dos Açores aprovou esta quinta-feira, por larga maioria, uma proposta do PS, o maior partido da oposição, que recomenda ao Tribunal de Contas (TdC) a realização de uma auditoria às contas do grupo SATA.

"Importa, rapidamente e através de uma auditoria independente e qualificada do Tribunal de Contas, assegurar mais transparência, maior escrutínio e uma efetiva prestação de contas ao grupo SATA, incluindo a análise rigorosa do plano de reestruturação e das opções de gestão e do acionista", justificou Carlos Silva, deputado socialista, durante a apresentação da iniciativa na Assembleia Legislativa, na Horta.

A bancada do PS lembra que as contas da transportadora aérea regional, relativas a 2024, não foram ainda publicadas, mas que o Conselho de Administração da SATA já fez saber que o prejuízo da companhia ronda os 83 milhões de euros, que segundo os socialistas é "um dos piores de sempre".

"Não é admissível que, à data de hoje, ainda não tenham sido publicadas as contas anuais de 2024 e as do primeiro trimestre de 2025, o que se traduz no incumprimento da lei e um total desrespeito pela função fiscalizadora deste parlamento", advertiu Carlos Silva.

Segundo o deputado socialista, os prejuízos acumulados da SATA, entre 2021 e 2024, atingiram os 213 milhões de euros, o que demonstra "a degradação da situação financeira" da companhia aérea, e atesta também "o fracasso completo do plano de reestruturação" da transportadora, que está em processo de privatização.

O secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte Freitas, já tinha admitido esta semana, em plenário, que caso a privatização da Azores Air Lines não tenha sucesso, a companhia terá de ir para insolvência, e que isso poderá custar mais de 300 milhões de euros.

"A insolvência representa não só ficarmos com o passivo que já lá está, mas poderá representar mais 300 milhões de euros de pagamentos de indemnizações aos trabalhadores", advertiu o governante, durante um debate de urgência sobre o futuro da companhia aérea açoriana, promovido pelo Chega.

O secretário dos assuntos Parlamentares, Paulo Estêvão, disse hoje que o executivo regional de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), não se opõe à realização de qualquer auditoria à SATA: "faça as auditorias que quiser! Quem não deve, não teme!"

O pedido de auditoria foi aprovado por quase todos os partidos com assento parlamentar nos Açores, à exceção do deputado único da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, que votou contra, por entender que os restantes partidos estão a utilizar a companhia área como "arma de arremesso político".

Segundo o executivo regional, as negociações para a conclusão do processo de alienação de 76% do capital da Azores Air Lines, "estão a decorrer a bom ritmo", tanto com o consórcio Newtor/MS Aviation, como com a própria Comissão Europeia.

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