O Qatar assinou esta quarta-feira um acordo sem precedentes com a fabricante norte-americana Boeing, no valor de 200 mil milhões de dólares (cerca de 185 mil milhões de euros), para a aquisição de 160 aeronaves destinadas à Qatar Airways. A assinatura do contrato contou com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad Al-Thani, e do CEO da Boeing, Kelly Ortberg.

Segundo Trump, trata-se do "maior pedido da história da Boeing", uma vitória estratégica tanto para a companhia como para os interesses comerciais dos Estados Unidos na região do Golfo. A cerimónia integrou-se na visita de quatro dias do Presidente norte-americano à Península Arábica, que inclui ainda reuniões bilaterais na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, com foco em acordos de defesa, infraestruturas, tecnologia e aviação.

O negócio representa um importante impulso comercial para a Boeing, que tem estado sob escrutínio do próprio Trump devido a atrasos na produção dos novos aviões presidenciais Air Force One. A Qatar Airways é já um cliente habitual da fabricante norte-americana, embora mantenha uma frota diversificada com modelos da europeia Airbus.

O elevado número de aeronaves encomendadas inclui modelos de longo curso - especialmente procurados desde a reabertura das rotas internacionais pós-pandemia - à medida que as companhias aéreas renovam as suas frotas envelhecidas. A rival regional Emirates já havia anunciado, em 2023, uma encomenda de mais de 100 aviões Boeing durante o Dubai Air Show. Air India e British Airways seguiram o mesmo caminho, reforçando a procura global por aviões de grande porte.

Kelly Ortberg, CEO da Boeing, e Stephanie Pope, responsável pela divisão de aviação comercial da empresa, marcaram presença na assinatura do acordo, acompanhando Trump também na sua passagem por Riade, onde o fundo soberano saudita anunciou, na véspera, a compra de aviões Boeing no valor de 4,8 mil milhões de dólares.

Apesar da aposta maciça na Boeing, a Qatar Airways deverá anunciar, no Paris Air Show, uma encomenda adicional de um número mais reduzido de Airbus A350, segundo fontes citadas pela Bloomberg. Atualmente, a companhia opera uma frota mista com mais de 200 aviões, incluindo mais de 50 unidades do modelo Boeing 777, que começa a dar lugar a versões mais modernas.