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Sindicato do Pessoal de Voo não descarta novas greves na Ryanair

O pré-aviso entregue na quinta-feira contempla uma paralisação entre dos dias 21 e 25 de agosto.

Passageiros de voo da Ryanair ficaram quase cinco horas dentro de avião no aeroporto de Lisboa
Passageiros de voo da Ryanair ficaram quase cinco horas dentro de avião no aeroporto de Lisboa
05 de Agosto de 2019 às 19:54

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil alertou esta segunda-feira que à greve dos tripulantes da Ryanair marcada a partir de 21 de agosto poderão somar-se outras e acusou a empresa de pressão "ilegal" ao anunciar despedimentos.

Em comunicado, o sindicato lembra que na origem desta greve estão "as reiteradas ilegalidades cometidas pela companhia área irlandesa" no cumprimento do previsto na legislação laboral portuguesa, e admite endurecer a luta.

"Por estas razões já foram realizados três períodos de greve e será efetuado mais um a partir do próximo dia 21 de agosto, pelo que iremos realizar mais períodos se a Ryanair continuar a não cumprir a lei", refere o comunicado.

O pré-aviso entregue na quinta-feira contempla uma paralisação entre dos dias 21 e 25 de agosto. Os serviços mínimos desta nova greve vão ser definidos numa reunião que está marcada para o dia 6 de agosto, terça-feira, na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

Entre as "ilegalidades" apontadas pelo SNPVAC está a falta de pagamento dos subsídios de férias e de Natal, a não atribuição de 22 dias úteis de férias por ano, o não cumprimento integral da lei da parentalidade portuguesa ou a não integração do quadro de efetivos de todos os tripulantes de cabine com mais de dois anos de serviço sem perda de retribuição ou antiguidade.

Para o SPNVAC, o Governo nada tem feito para "proteger e salvaguardar" os direitos constitucionais e trabalhadores da Ryanair, deixando-os "à mercê de uma empresa estrangeira".

Pegando nas declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros na semana passada a propósito da lei das incompatibilidades, quando Augusto Santos Silva afirmou "que seria um absurdo [fazer] uma interpretação literal da lei", o SNPVAC afirma que, daqui pode "presumir que, para o Governo, a Ryanair também terá o mesmo direito de fazer uma interpretação livre e não literal" da Constituição e do Código do Trabalho.

Neste contexto, apela à intervenção do Presidente da República para que sejam tomadas medidas para obrigar a Ryanair a cumprir a legislação laboral portuguesa.

"Não havendo qualquer interesse do Governo português em fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa, solicitamos ao Presidente da República, enquanto garante da mesma, que não fique à margem deste assunto", sublinha em comunicado.

No mesmo documento, o sindicato acusa o presidente executivo (CEO) da Ryanar, Michael O'Leary, de tentativa "de pressão ilegal e inaceitável sobre os tripulantes" da empresa, com o objetivo de os "dissuadir" de exigirem aquilo "a que têm direito", ao anunciar um despedimento coletivo. No dia 1 de agosto, a Ryanair admitiu que poderá despedir até 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine, devido ao impacto do "Brexit", ao aumento do preço dos combustíveis e ao atraso na entrega dos aviões Boeing 737 Max.

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