Divulgar valor da TAP antes das propostas "prejudicaria posição negocial do Estado"
Miranda Sarmento diz que a TAP teria de valer o dobro da Air France/KLM para ser possível devolver os 3,2 mil milhões injetados pelos contribuintes com venda de 49,9% do capital, como pede o PS.
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As avaliações da TAP, pedidas pelo Governo no âmbito do processo de privatização da companhia aérea, são vão ser conhecidas depois de serem apresentadas propostas pela compra dos 49,9% da companhia aérea, caso contrário o Governo ficaria numa posição "frágil" no âmbito das negociações.
"Não vamos revelar informação que é sensível e que prejudicaria a posição negocial do Estado", afirmou o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, no "briefing" após a reunião de Conselho de Ministros.
"Quando as empresas apresentarem as propostas terão conhecimento - e aí serão públicas as avaliações que o Governo tem do valor da empresa. Divulgar antes é pôr o Estado numa posição de fragilidade negocial e prejudicar aquilo que são os interesses dos contribuintes", reforçou.
Já em jeito de resposta à declaração do secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, que afirmou que exigia duas condições, incluindo o reembolso aos contribuintes portugueses, dos mais de 3 mil milhões de euros investidos pelo Estado na TAP durante a pandemia, o ministro das Finanças afirmou ser preciso "sermos rigorosos" e "olhar para os factos".
"Para 49,9% da TAP valer 3,2 mil milhões significa que valeria 6,4 mil milhões. A Air France/KLM, que tem seis vezes mais aviões e transporta seis vezes mais passageiros, e está cotada em bolsa, vale 6 mil milhões. A TAP teria de valer o dobro. Parece-me que a realidade dos factos não casa com essa declaração", respondeu.
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