Investidor de Lisboa compra aldeia histórica de Póvoa Dão por 2,3 milhões em leilão online

Houve duas dezenas de investidores, incluindo da Alemanha e do Brasil, até dos Estados Unidos, que se inscreveram no leilão eletrónico da aldeia histórica, que tem casas, restaurante, capela, piscina e campo de ténis. O despique teve 72 licitações.
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Foto: D.R. Aldeia histórica de Póvoa Dão é leiloada por 1,4 milhões após falência da Ramos Catarino Foto: D.R. Aldeia histórica de Póvoa Dão, em Viseu, é vendida em leilão por 1,4 milhões após abandono Foto: D.R. Póvoa Dão, aldeia histórica perto de Viseu, foi leiloada por 1,4 milhões após abandono Foto: D.R. Aldeia de Póvoa Dão, em Viseu, é leiloada por 1,4 milhões após abandono Foto: D.R. Aldeia histórica de Póvoa Dão, perto de Viseu, é leiloada por 1,4 milhões Foto: D.R. Aldeia De Póvoa Dão, perto de Viseu, foi vendida em leilão após abandono Foto: D.R. Placas comemorativas da recuperação da aldeia em Póvoa Dão, Viseu Foto: D.R. Aldeia histórica de Póvoa Dão, perto de Viseu, foi leiloada por 1,4 milhões de euros Póvoa Dão, aldeia histórica perto de Viseu, foi leiloada por 1,4 milhões Foto: D.R. Póvoa Dão, aldeia perto de Viseu, com 41 habitações, capela, restaurante, piscina, campo de ténis e Foto: D.R. Aldeia histórica de Póvoa Dão, perto de Viseu, vai a leilão online por 1,4 milhões Foto: D.R. Aldeia histórica perto de Viseu tem restaurante, piscina, campo de ténis e jardins Foto: D.R. Aldeia de Póvoa Dão, em Viseu, foi vendida em leilão por 1,4 milhões após abandono
Rui Neves 19:58

A aldeia histórica de Póvoa Dão, situada a 14 quilómetros de Viseu e cuja origem remonta às inquirições afonsinas anteriores a 1258, estava praticamente abandonada e em ruínas desde os anos 70 do século passado, até que em 1995 a Ramos Catarino compra o lugarejo de 100 hectares e com mais de três dezenas de casas por 80 mil contos (cerca de 400 mil euros).

A construtora de Cantanhede investiu cerca de 3,5 milhões de euros na recuperação e restauração – mantendo a traça original beirã – das 32 habitações T1 e T2 e da capela, dotando ainda Póvoa Dão de uma série de outros espaços, como restaurante e campo de ténis, além de zonas comuns e espaços exteriores ajardinados. 

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Renascida como aldeia turística em 2004, tendo sido inaugurada pelo então ministro da Economia, Carlos Tavares, Póvoa Dão viria novamente a ser abandonada com a entrada da Ramos Catarino em dificuldades financeiras.

Das 32 casas, 16 foram compradas por privados a título individual, os quais, perante novo abandono da aldeia, as colocaram, entretanto, à venda.

Em 2013, a Ramos Catarino recorreu a um Processo Especial de Revitalização (PER), que foi apoiado pelo Banco Espírito Santo (BES).

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Com o colapso do império Espírito Santo no ano seguinte, a Ramos Catarino, com uma dívida de 60 milhões de euros, viria a ser adquirida em 2016 pelo fundo Vallis, que tentou vender a aldeia de Póvoa Dão, sem sucesso, por cinco milhões de euros.

Dois anos depois, a Vallis vendeu a participação maioritária na Ramos Catarino aos irmãos Vítor e Jorge Catarino, com a empresa a recorrer novamente a um PER, desta vez apoiado pelo Novo Banco. 

Mas a família fundadora da Ramos Catarino não conseguiu dar a volta à construtora, que acabou por ser adquirida pela Nacala Holdings, liderada por Gilberto Rodrigues, o mesmo que está à frente do polémico Elevolution, grupo resultante da fusão das construtoras Edifer, Monte Adriano, Hagen e Eusébios, que entrou em PER em 2021, com uma dívida de 350 milhões de euros, e que continua a arrastar-se nos tribunais.

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Entretanto, a Ramos Catarino entrou este ano em insolvência, tendo a aldeia de Póvoa Dão – neste caso, 10 casas acabadas e seis inacabadas, restaurante e complexo desportivo, entre outros ativos – sido colocada em leilão eletrónico com o preço base fixado em 1,7 milhões de euros e o mínimo em 1,445 milhões.

A leiloeira Leilosoc revelou ao Negócios que o leilão online registou cerca de duas dezenas de inscritos, na sua maioria portugueses, mas que atraiu também investidores da Alemanha, Brasil e até dos Estados Unidos.

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Com o final do leilão marcado para as 18 horas desta sexta-feira, 5 de dezembro, a última hora foi frenética, verificando-se lances de 10 mil euros sucessivos – às 17:30, a melhor oferta estava fixada em 1,51 milhões de euros, tendo galgado 300 mil euros em meia hora.

Mandam as regras do leilão que, nos últimos cinco minutos, caso haja novas licitações, reinicia-se a contagem decrescente em cinco minutos.

Foi o que aconteceu, tendo terminado às 19:33, após 72 licitações, com a aldeia da Póvoa Dão a ser adjudicada por 2.350.000,28 euros a um investidor de Lisboa, revelou fonte oficial da Leilosoc ao Negócios.

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