Algarve continua a ser "o campeão" do verão, mas Madeira está a chegar ao cume
Apesar de ser a região com mais proveitos no verão, o Algarve tem de ter cuidado com um destino para o ano inteiro. Por ser um destino mais em conta, a Madeira ameaça roubar clientes às praias algarvias.
Não existe surpresa quando o destino português escolhido para as férias de verão é o Algarve. Aliás, é tradição, mesmo com os preços a afastarem alguns cidadãos portugueses. Os dados divulgados pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), referentes aos quatro meses de verão, mostram que a região algarvia continua a ser a "campeã" transversal, mas tem de ter cautela.
Entre junho e setembro, a região mais a sul de Portugal continental cresceu em todos os segmentos e apresentou-se acima da média nacional: taxa de ocupação, preço médio, RevPAR (Receita por Quarto Disponível) e na estada média. De facto, tirando o mês de junho, em que as escolas ainda estão abertas, o Algarve foi "a região estrela" da hotelaria.
No arranque do verão, a ocupação algarvia ficou em 84%, com o preço médio a fixar-se em 169 euros. No mês seguinte, e já com as temperaturas a convidarem para um mergulho no mar, a taxa de ocupação subiu e o preço médio disparou para 222 euros, ficando 37,9% acima da média nacional. Em agosto voltou a superar-se, com a hotelaria a registar um preço médio de 256 euros, 30,6% acima dos 169 euros da média nacional, enquanto o RevPAR se situou nos 238 euros e a taxa de ocupação em 93%, a mais elevada em todo o território.
Com o mês de setembro já agregado ao balanço de verão, a ocupação posicionou-se nos 87%, apenas superada pela Madeira, enquanto o preço médio se manteve nos 256 euros, acima dos 250 euros do ano passado, e a receita por quarto disponível fixou-se nos 238 euros.
"O Algarve é, claramente, a região campeã no mês de agosto, seja em termos de ocupação, preço médio ou RevPAR. Conseguiu puxar pela subida da média nacional", disse Cristina Siza Vieira, vice-presidente da AHP, na apresentação dos dados.
Forte concorrência ao tradicional Algarve
Apesar do Algarve continuar a brilhar, a responsável pela associação hoteleira admite que houve outra região a destacar-se no verão, estando mesmo a começar a morder os calcanhares às praias algarvias.
Ao longo dos quatro meses, a Região Autónoma da Madeira foi ameaçando destronar o Algarve, conseguindo ficar com a coroa em três meses. Em junho, a Madeira conseguiu uma taxa de ocupação de 90%, superando os 84% do sul, sendo que a sua receita por quarto disponível ficou a uma diferença de dois euros do Algarve (140 euros).
O mesmo aconteceu em julho, com a ocupação na Madeira a subir para os 91%. Ainda que o preço médio tenha subido para 183 euros, o valor ficou aquém da região concorrente.
Em termos de proveitos totais, 97% dos inquiridos pela AHP na Madeira, no âmbito deste balanço, consideram que o seu desempenho em junho foi superior ao período homólogo, empurrando o Algarve para a segunda posição.
Em agosto, apesar de alguma distância entre as duas, o Algarve e a Madeira foram as únicas regiões a superar a média nacional. A taxa de ocupação desta Região Autónoma subiu para 91%, mas o preço médio ficou-se pelos 192 euros e o RevPAR situou-se em 175 euros, muito abaixo dos 238 euros do Algarve. Contudo, a região liderada por Miguel Albuquerque registou uma melhoria de proveitos totais no pico do verão.
Com o regresso às aulas, a Madeira volta a roubar a coroa ao "campeão" ao assumir uma taxa de ocupação de 92% em setembro, contra os 87% registados no Algarve. Apesar de ter ficado acima da média nacional no preço médio e RevPAR, a Madeira não conseguiu combater a região portuguesa mais cara. Mesmo assim, os proveitos totais cresceram quando comparados com 2024.
No agregado destes quatro meses de verão, a AHP mostra que os dois se dividiram. O Algarve conquistou um preço médio mais elevado, na ordem dos 206 euros, enquanto a Madeira levou o galardão da ocupação, com uma taxa de 91%.
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