EFG considera a subida da inflação transitória e acredita em febre de consumo
O banco "private" suíço EFG entende que a alta da inflação a nível global é transitória, com uma descida do índice de aumento dos preços nos Estados Unidos para níveis entre os 2 e os 3% na segunda metade do próximo ano. No relatório de perspetivas para 2022, a instituição – que está presente em Portugal desde 2019 – avisa para o risco de erros por parte dos bancos centrais nas decisões de política monetária.
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Os economistas e especialistas em investimento do EFG não antecipam que o BCE suba as taxas de juro antes de 2023, mas acreditam que a Reserva Federal norte-americana (Fed) pode fazê-lo já no segundo semestre de 2022 (a Fed já anunciou que vai aumentar as taxas de juro três vezes ao longo do próximo ano). O EFG considera que o maior desafio para os mercados será uma subida que vá além do pico de 2,5% atingido no final de 2018.
Em respostas ao Negócios, o diretor global de investimento do banco explica que se a inflação começar a abrandar mais depressa do que os bancos centrais antecipam, o risco de haver decisões erradas aumenta. "Podemos ir pelo caminho errado", afirma Moz Afzal. "A política monetária pode tornar-se demasiado restritiva", continua, "porque as taxas de juro podem já ter subido três ou quatro vezes e de repente a inflação é outra vez baixa, o que torna as políticas dos bancos centrais demasiado apertadas, e a economia pode não suportar isso".
O banco "private" conclui que nos próximos seis meses as ações continuarão a oferecer as melhores oportunidades de investimento, devido aos estímulos nas economias avançadas, e às taxas de juro reais negativas.
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Na visão dos técnicos do EFG, o crescimento económico global seja forte, atingindo 4,5% nas economias avançadas e 5% nas emergentes, arrefecendo em 2023.
O banco acredita numa febre do consumo por parte das populações, à medida que as preocupações com a covid-19 diminuem, prevendo que os consumidores estejam dispostos a gastar mais, sobretudo em lazer e saúde. A rapidez com que esses gastos acontecem depende da evolução da pandemia.
Os economistas acreditam que a confiança do consumidor está numa fase de recuperação contínua.
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