Fed avança com redução dos ativos no balanço já em maio
A Reserva Federal norte-americana (Fed) vai acelerar a retirada de estímulos à economia para tentar travar a escalada da inflação. A governadora Lael Brainard disse, esta terça-feira num discurso numa conferência online, que o banco central vai começar, já no próximo mês de maio, a diminuir os ativos que têm no balanço.
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"É de suma importância reduzir a inflação", avisou Brainard após a taxa anual no país ter aumentado para 7,9% em fevereiro. O valor fica quatro décimas acima do registado em janeiro, graças à subida de preços da energia devido ao conflito na Ucrânia, e é a maior subida da taxa homóloga desde janeiro de 1982.
"O Comité vai continuar a apertar a política monetária metodicamente por meio de uma série de aumentos de juros e a começar a reduzir o balanço num ritmo acelerado já a partir da nossa reunião de maio", afirmou sobre o próximo encontro do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), que está marcado para 3 e 4 de maio.
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Na última reunião, que terminou a 16 de março, os decisores políticos subiram em 25 pontos base a taxa dos fundos federais, que passou para um intervalo entre 0,25% e 0,50%. Tratou-se do primeiro aumento desde dezembro de 2018 e foi acompanhado da indicação de que seguir-se-iam várias outras subidas ao longo do ano.
Sobre o balanço do banco central, o presidente Jerome Powell apontou que é altura de começar a reduzi-lo. A perspetiva foi reafirmada por Brainard, sublinhando que a recuperação económica foi consideravelmente mais forte e mais rápida do que no ciclo anterior, o que justifica a retirada.
"Antecipo que a folha de balanço encolha consideravelmente mais rápido do que no anterior período de retoma, com montantes significativamente maiores e um período muito mais curto para fasear as vendas em comparação com 2017-19", disse a ex-subsecretária do Tesouro dos Estados Unidos para Assuntos Internacionais.
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"Espero que o efeito combinado dos aumentos das taxas e da redução do balanço leve a política monetária a uma posição mais neutra no final deste ano, com a extensão total do aperto adicional ao longo do tempo dependendo de como é que as perspectivas para a inflação e o emprego evoluem", acrescentou.
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