Goldman elege EDP como uma das melhores surpresas que aí vêm nas renováveis

O Goldman Sachs recomenda "comprar" tanto no caso da EDP como da EDP Renováveis. As ações continuam em alta na bolsa.
EDP
Miguel Baltazar
Ana Batalha Oliveira 13 de Outubro de 2020 às 11:17

O Goldman Sachs analisou um conjunto de energéticas europeias e destaca a EDP como uma das empresas que tem maior potencial para surpreender no segmento das renováveis.

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A EDP e a RWE são as "mais prováveis de surpreender o mercado pela positiva, em relação às suas metas, no que toca à capacidade de escalar as atividades em renováveis", tendo em conta o universo de empresas que é coberto por esta casa de investimento, lê-se numa nota de research à qual o Negócios teve acesso.

As "surpresas" devem verificar-se num horizonte de 6 a 12 meses, prevê o Goldman. No que toca à EDP, as previsões decorrem dos esforços da empresa para reduzir a alavancagem. A elétrica, em conjunto com a sua subsidiária de energias limpas, pôs em marcha um plano em dezembro do ano passado que reduz a dívida em 5 mil milhões de euros. A casa de investimento acrescenta que "uma aceleração nos investimentos em renováveis só pode acontecer se as empresas tiveram cash flows robustos e/ou acesso aos mercados de capitais".

Feita a análise, a EDP e a EDP Renováveis juntam-se à Enel e Iberdrola no grupo de players estabelecidos que possuem "capacidade demonstrada para escalar o negócio de renováveis e que têm atualmente espaço na folha de balanço para endividamento".

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As várias medidas que se traduzem num alívio de 5 mil milhões no endividamento fazem com que o banco estime uma redução da dívida líquida/EBITDA para menos de 3,5x em 2021, abaixo da média dos pares. Neste cenário, "esperamos que a EDP acelere fortemente os investimentos orgânicos", afirma o Goldman, com uma "enorme aceleração no eólico e no solar", a anunciar em 2021.

O banco espera também ver incrementos na capacidade líquida da EDP Renováveis nos próximos cinco anos, de forma a passar dos atuais 0,9 gigawatts (GW) para os 2 GW.

Paralelamente, os "quasi pure plays" das renováveis, ou seja, empresas com grande percentagem destes ativos no seu portefólio mas nas as quais as energias limpas não chegam a cobrir a totalidade, estão "a negociar com um desconto significativo face aos atores puros", o que o Goldman considera "inconsistente", sobretudo porque no caso da EDP – assim como da RWE – o peso das renováveis está entre os 70% e os 75%.

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Neste cenário, o Goldman Sachs recomenda "comprar" tanto no caso da EDP como da EDP Renováveis e vê a EDP como um "potencial alvo para aquisição". O preço alvo avançado para a EDP são os 5,40 euros e no caso da subsidiária de energias limpas está agora nos 18 euros. Há, contudo, alguns riscos a ter em conta, nomeadamente a possibilidade de um crescimento ou retorno abaixo do esperado no que toca a novas instalações, a desvalorização significativa de moedas estrangeiras como o dólar e o real, assim como o ambiente político na Península Ibérica.

As duas representantes do grupo EDP em bolsa têm valorizado significativamente desde o início da semana. A "mãe", liderada por Miguel Stilwell d’Andrade, segue a somar 3,15% para os 4,644 euros, depois de avançar numa medida semelhante na sessão anterior. Na sequência de uma subida de 3,35%, chegou a tocar esta terça-feira num máximo de 24 de fevereiro.

Já a EDP Renováveis voltou a renovar máximos históricos nesta sessão, na qual segue a ganhar cerca de 4%, mas já disparou 6,14% para os 17,28 euros. Isto, depois de no arranque da semana ter exibido uma subida de 8,98% para os 16,50 euros.

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