Guerra comercial vai levar Draghi a cortar previsão para economia da Zona Euro
O Banco Central Europeu (BCE) prepara-se para rever em baixa as previsões para o crescimento económico da Zona Euro. Este anúncio deverá ser feito por Mario Draghi após a reunião de política monetária desta quinta-feira. E reflecte a quebra da procura externa num cenário marcado por tensões comerciais.
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De acordo com a Bloomberg, que cita fontes próximas do banco central, as previsões para o crescimento do bloco têm sido ligeiramente reduzidas desde o início deste ano. Uma revisão em baixa que se deve, sobretudo, ao Reino Unido e à Turquia, embora a perspectiva para os EUA continue positiva, referem as fontes. O BCE não quis comentar.
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A possibilidade de a estimativa para o crescimento da Zona Euro vir a ser cortada é colocada em cima da mesa numa altura em que o BCE está a preparar-se para reduzir os estímulos. Contudo, este ajustamento não deverá ser suficiente para levar Mario Draghi a mudar o rumo da estratégia. O Eurostat reviu em baixa a taxa de crescimento do PIB do segundo trimstre para 2,1%. A Bloomberg não menciona quais são as novas estimativas do BCE para a economia europeia este ano me 2019, referndo apenas que estas vão ser revistas em baixa.
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A trajectória da inflação, o principal indicador que o BCE tem em conta quando toma decisões de política monetária, está inalterado, referem as mesmas fontes.
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Guerra comercial e sucessão de Draghi em cima da mesa
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Além de um corte da revisão para o crescimento económico, há outros temas sobre os quais Mario Draghi poderá falar esta quinta-feira, quando anunciar as conclusões do banco central para a política monetária.
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Os investidores vão querer saber se o BCE fará qualquer alteração ao rumo da sua política. De acordo com a Reuters, o presidente do banco central deve ser pressionado durante a conferência de imprensa a dar mais pistas sobre a sua posição relativamente às taxas de juro. Ou seja, se Draghi vai mantê-las estáveis até pelo menos "o Verão de 2019".
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Relativamente às tensões comerciais, o mercado vai tentar perceber se estas vão fazer com que o BCE altere ainda mais as suas estimativas. Os receios em torno de uma guerra comercial continuam elevados, aumentando a agitação nos mercados emergentes e gerando dúvidas em torno do crescimento global. Já vários responsáveis do BCE vieram dizer que a guerra comercial é, actualmente, o maior risco.
Quanto a Itália, os investidores vão procurar pistas sobre se o BCE vai prolongar o programa de compra de dívida para o país. De acordo com o jornal La Stampa, o governo italiano pediu à entidade liderada por Mario Draghi para lançar um novo programa para proteger as obrigações transalpinas da "especulação" dos mercados.
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Por fim, outro tema quente é a sucessão de Draghi à frente do BCE. É possível que a questão seja levantada durante a conferência de imprensa, considerando as recentes notícias de que a chanceler alemã, Angela Merkel, está focada em ganhar a presidência da Comissão Europeia, deixando para segundo plano a ascensão de Jens Weidmann a presidente do BCE. O mandato de Draghi termina em Outubro de 2019.
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