IMF – Banco do Japão surpreendeu os mercados

Banco do Japão surpreendeu os mercados; Iene “dispara”; Fed e BCE mantêm postura “agressiva”; Eur/Usd estável; Petróleo testa resistência nos $80; Ouro em torno dos $1800
IMF - Informação de Mercados Financeiros 26 de Dezembro de 2022 às 13:15

| Banco do Japão realizou movimento inesperado

O Banco do Japão (BoJ) acabou por gerar um dos principais destaques da última semana. A instituição realizou um ajuste inesperado ao seu mecanismo de controlo das obrigações soberanas, permitindo agora que os yields destas se possam mover 50 pontos base (pb) em cada direção, quando anteriormente era apenas permitido 25 pb. O Banco Central indicou que, ainda assim, a sua meta para os yields permanecerá inalterada e que o ritmo da compra de obrigações irá acelerar. Os mercados entenderam estes comentários como uma indicação de que a instituição irá continuar com uma política monetária acomodatícia e não iniciar, pelo menos por agora, o processo de remoção de estímulos, contrariando a tendência verificada por alguns dos seus principais pares a nível global. Com estes desenvolvimentos, o iene acabou por registar fortes ganhos, tendo valorizado cerca de 3% tanto face ao dólar como ao euro.

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Em termos técnicos, podemos observar que, nos últimos tempos, o par apresentou-se a consolidar em torno dos 144 ienes, tendo, no entanto, apresentado uma queda abrupta até um suporte nos 140 ienes. Desde então o par tem apresentado uma ligeira recuperação, sendo esperado que eventualmente retorne a transacionar novamente em torno dos 144 ienes.

| Fed e BCE mantêm postura "agressiva"; Eur/Usd estável

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Após as subidas de taxas realizadas pela Fed e pelo BCE, vários membros das respetivas instituições têm prestado declarações individuais, criando expectativas sobre políticas monetárias mais "agressivas" ao longo das futuras reuniões. No caso do BCE, o vice-presidente Luís De Guindos indicou que a instituição não pretende rever a sua meta de inflação a médio-prazo de 2%, uma vez que tal iria ser um fator que minaria a credibilidade, acrescentando que há determinação em continuar a subir as taxas de juro ao ritmo atual durante algum tempo, de forma a conter a inflação. Com estes comentários, De Guindos poderá estar a passar a mensagem de que o BCE continuará a subir taxas até que a inflação atinja a meta de 2%. Do outro lado do atlântico, o Presidente da Fed de Nova Iorque, John Williams, revelou que, no próximo ano, continua a ser possível que a Fed suba as taxas de juro mais do que é esperado, acrescentando que não prevê que a economia caia em recessão mesmo com a Fed a tomar medidas para domar a inflação. Acrescentou que a política monetária terá de se tornar mais restritiva e que o pico de taxas do próximo ano poderá ultrapassar o previsto (5,1%).

A nível técnico, ao longo das últimas semanas, o Eur/Usd continuou a apresentar uma subida sustentada, tendo na passada semana consolidado em trono dos $1,06. Assim, espera-se que, no curto prazo, o par apresente um impulso de forma a realizar um novo teste à resistência no nível dos $1,08.

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| Petróleo testa resistência nos $80

Na semana passada, os preços do crude apresentaram uma subida sustentada, estando de momento perto do nível dos $80. O principal acontecimento que influenciou a matéria-prima na semana passada foi o facto de a Rússia ter afirmado que poderá cortar a sua produção de petróleo entre 5% e 7% em inícios de 2023, como resposta aos preços máximos impostos ao petróleo russo pela União Europeia e pelos G7. O preço do crude reagiu em alta a estes desenvolvimentos.

A nível técnico, após o crude ter renovado mínimos nos $70,08/barril, o "ouro negro" utilizou o suporte dos $70 para realizar um ressalto nas últimas semanas, tendo na semana passada apresentado um movimento de valorização sustentada. Espera-se que, no curto prazo, o crude realize um teste à resistência nos $80.

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| Ouro em torno dos $1800 por onça

O preço do ouro apresentou-se a consolidar em torno dos $1800 por onça, tendo sido influenciado pelo facto de os gastos dos consumidores dos EUA, que representam mais de dois terços do PIB norte-americano, terem subido 0,1% em novembro, após o impulso de 0,4% verificado em outubro, apresentando ainda alguns sinais de um abrandamento da inflação dos EUA. Considera-se que estes desenvolvimentos não são suficientes para se especular que a Fed realize mais um abrandamento ao rito de subidas das suas taxas de juro.

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Na última semana, o ouro continuou a transacionar em torno dos $1,800 por onça, apresentando uma valorização ligeira para o curto prazo. Assim, espera-se que o metal precioso consiga ultrapassar com sucesso a resistência dos $1.800 por onça, a partir do qual poderá se esperar uma valorização do mesmo.

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.

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