Nvidia torna-se a primeira "four trillion dollar baby"
A Nvidia fez história. A fabricante norte-americana de semicondutores ultrapassou os quatro biliões de dólares em capitalização bolsista esta quarta-feira, sendo a primeira empresa na história a atingir este marco histórico.
A "big tech" tem beneficiado em larga escala dos gastos das empresas em inteligência artificial (IA), que alimentam os "chips" que produz, o que a fez roubar, por várias vezes, o título à Microsoft e à Apple de cotada mais valiosa do mundo. A última vez aconteceu em finais de junho, quando as ações da empresa chegaram aos 154,31 dólares - na altura, um máximo histórico.
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Esta quarta-feira, as ações da empresa, que é considerada uma das "sete magníficas" das tecnologias, chegaram a subir 2,8% para 164,36 dólares, batendo o recorde atingido há quase duas semanas. Desde o início do ano, a Nvidia já valorizou 22%, um "rally" que acrescentou 700 mil milhões de dólares ao seu valor de mercado. Esta subida junta-se aos 170% conseguidos no ano passado e aos 240% registados em 2023.
A empresa mais valiosa do mundo teve até agora uma caminhada, no mínimo, acidentada. A ideia do negócio de produção de placas para videojogos nasceu em abril de 1993 num restaurante no estado da Califórnia, nos EUA, pela mente do ainda CEO Jensen Huang e dos colegas Chris Malachowsky e Curtis Priem, que queriam levar gráficos 3D aos mercados de jogos e multimédia.
Apesar de em 1990 quase ter aberto falência, desde cedo que a empresa começou a definir o futuro da indústria da computação, quando, em 1999, criou o GPU, uma unidade de processamento gráfico inovadora no mercado. Demorou 13 anos até se aventurar a entrar na era da IA moderna e, agora, os seus semicondutores alimentam os computadores que treinam modelos de IA e data centers por todo o mundo. Atualmente, mais de 40 mil empresas utilizam as tecnologias de IA da Nvidia.
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O sucesso da empresa deve-se a mais de três décadas de inovação no mundo da tecnologia e visão estratégica dos fundadores. No entanto, as preocupações com o suposto excesso de investimento das empresas em IA, provocadas pelo surgimento da startup chinesa Deep Seek no mercado, provocou a maior queda da história de uma empresa em Wall Street: a 27 de janeiro deste ano, a Nvidia afundou cerca de 17%, o que a fez perder 589 mil milhões de dólares em valor de mercado.
Também em abril a gigante de semicondutores tocou nos valores mínimos do ano, nos 86,62 dólares por título, altura em que o mercado reagia ao anúncio das tarifas recíprocas do Presidente dos EUA, Donald Trump, retirando o apetite dos investidores por ativos de risco, como as ações.
Da mesma forma abrupta com que tombou, rapidamente conseguiu recuperar e superar todas as expectativas dos analistas: desde 7 de abril valorizou 90% e no primeiro trimestre fiscal viu os lucros crescerem 26% para 18,8 mil milhões de dólares. A 27 de agosto dá a conhecer ao mercado os resultados do segundo semestre - sempre os mais esperados pelos economistas e investidores.
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A valorização pode não ficar por aqui, já que não se esperam "travões" ao investimento das empresas em IA. Além disso, os investidores estão a retomar o apetite por ativos de risco, isto depois de a Casa Branca ter estendido o prazo para os parceiros comerciais negociarem um acordo de tarifas com a maior economia do mundo para 1 de agosto.
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