Ray Dalio classifica governação de Trump como "autocrática", ao estilo dos anos 1930

O fundador da Bridgewater afirma ainda que outros investidores também são críticos da atitude do Presidente, mas que têm medo de possíveis retaliações.
Ray Dalio é o fundador da Bridgewater Associates, um dos maiores fundos de investimento do mundo.
Roy Rochlin / Getty Images for Nicole Lapin / AP
Diogo Mendo Fernandes 02 de Setembro de 2025 às 13:23

Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, o maior fundo de investimento do mundo, criticou publicamente o Presidente dos Estados Unidos ao afirmar que a América de Donald Trump está a caminhar para um estilo de política autocrática dos anos 1930. Dalio defendeu, em entrevista ao Financial Times, que outros investidores também são críticos da atuação do Presidente, mas têm medo de falar publicamente.

"Penso que o que está a acontecer a nível político e social neste momento é idêntico ao que aconteceu no mundo nos anos 1930-40", disse o investidor ao jornal britânico. Ray Dalio justifica a abordagem de Trump com base nas "diferenças de riqueza" e de "valores" e diz que o atual colapso da confiança está a gerar políticas "mais extremas" nos Estados Unidos.

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Um dos exemplos dado pelo fundador do maior fundo de investimento do mundo foi a decisão do Presidente de levar o Estado a intervir no setor privado, através de uma , que Dalio classificou como um ato de um tipo de "liderança autocrática forte que surgiu do desejo de assumir o controlo da situação financeira e económica" do país.

Em entrevista ao Financial Times o investidor afirma ainda que está apenas a "descrever as relações causa-efeito que estão a impulsionar o que está a acontecer" e que "durante estes momentos a maior parte das pessoas fica em silêncio porque tem medo de retaliação se criticar". 

Ao contrário do que tem acontecido desde que Trump tomou posse, os comentários do líder da Bridgewater, um fundo com 150 mil milhões sob gestão, surgem numa altura em que vários responsáveis de empresas têm aumentado as críticas às ações de Donald Trump relativamente à Reserva Federal, que tem levado os analistas a afirmar que a independência do maior banco central do mundo poderá estar em causa.

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