Sem surpresas. BCE mantém taxa de juro nos 0,15%

O BCE manteve inalterada a taxa de juro de referência para a Zona Euro, tal como esperado pelos analistas. Os investidores aguardam agora pelas palavras de Mario Draghi.
Sem surpresas. BCE mantém taxa de juro nos 0,15%
André Cabrita-Mendes 07 de Agosto de 2014 às 12:46

Não houve surpresas na reunião mensal de Agosto do Banco Central Europeu (BCE). A instituição liderada por Mario Draghi manteve a taxa de juro de referência nos 0,15%. 

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A baixa inflação na Zona Euro, o fraco crescimento na região e a tensão no leste da Ucrânia com a Rússia serão os próximos grandes desafios de Mario Draghi. A decisão anunciada esta quinta-feira, 7 de Agosto, vai ao encontro das expectativas dos analistas.

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Os investidores aguardam agora pela conferência de imprensa, marcada para as 13h30, hora de Lisboa. As palavras de Draghi têm relevância, em especial no actual contexto, e podem ser acompanhadas em directo

 

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A serem tomadas, a aprovação de novas medidas expansionistas só terá lugar no final do ano ou já no próximo. "Vai levar até ao fim do ano para implementar as medidas de Junho e mais medidas pouco convencionais não deverão ser anunciadas antes disso", disse Phillipe Gudin, analista do Barclays.

 

A Zona Euro enfrenta alguns desafios nos próximos meses, com os desafios geopolíticos em cima da mesa. "O euro deverá continuar a ser pressionado pelos riscos relacionados com a Rússia, a desalavancagem da banca europeia e uma Reserva Federal menos expansionista", afirmou Valentin Marinov do Citigroup.

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Na conferência de imprensa desta quinta-feira, Mario Draghi deverá voltar a assinalar o fraco crescimento na Zona Euro e o compromisso do BCE em voltar a actuar, caso as medidas expansionistas não surtam o efeito desejado de fazer chegar mais dinheiro à economia. 

 

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Injecções de liquidez começam em Setembro

 

O banco central tomou recentemente várias decisões com o objectivo de aumentar a liquidez no mercado. Recorde-se que a taxa de juro de referência do banco central está actualmente num minímo histórico.

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Na reunião mensal de Junho, o banco desceu a taxa dos 0,25% para os 0,15%. Ou seja, os bancos europeus passaram assim a comprar dinheiro mais barato ao BCE.

 

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Outra novidade foi também a redução das taxas de juros de depósitos para um valor negativo -0,10%. Os bancos agora pagam para depositar dinheiro nos cofres da instituição de Frankfurt.

 

Outras das alterações prendeu-se com a redução dos 0,75% para os 0,40% da taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez, com a qual o BCE efectua empréstimos aos bancos com a duração de um dia.

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Para Setembro e Dezembro está agendada a realização de duas injecções de liquidez a longo prazo. O BCE pretende desta forma injectar 400 mil milhões de euros na economia europeia ao longo dos próximos quatro anos, para facilitar a concessão de crédito a particulares e a empresas por parte dos bancos.

 

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Riscos de deflação persistem

 

A baixa inflação é outro dos principais desafios para o BCE. Em Julho, a taxa na Zona Euro caiu dos 0,5% para os 0,4%, um valor muito abaixo de 2%, o valor referência para o BCE.

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A inflação manteve-se assim abaixo de 1% pelo décimo mês consecutivo na Zona Euro. Um dos riscos, conforme já assinalou Mario Draghi, é a economia da região entrar numa espiral de queda de preços, a deflação, o que leva famílias e empresas a adiarem os seus investimentos, prejudicando assim o crescimento.

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