Tensões geopolíticas levam petróleo a valorizar
O preço do barril de petróleo seguia a valorizar pelo segundo dia consecutivo, com o crude a passar novamente a barreira dos 67 dólares em Nova Iorque. A impulsionar os preços da matéria estão as declarações do ministro do petróleo saudita, que afirmou que os preços deverão manter-se em níveis elevados com as crescentes tensões geopolíticas no Médio Oriente
O West Texas Intermediate (WTI) [cl1], negociado em Nova Iorque, ganhava 0,83% para os 66,81 dólares, depois de ter estado a ganhar no início do dia 1,12% para os 67 dólares. Em Londres, o «brent» [co1], cotava nos 65,44 dólares, a ganhar 0,80%, tendo estado a negociar nos 65,62 dólares.
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Ali al-Naimi, ministro do petróleo da Arábia Saudita (maior exportador de petróleo do mundo) afirmou à Bloomberg que «não tenho controlo sobre os preços», acrescentando que «eles não vão descer por haver muita matéria-prima, existem muitos problemas além das reservas e da procura».
Desde o início do ano, os preços da matéria-prima já avançaram mais de 9,4% em Nova Iorque e de 10,9% em Londres.
Entre os principais factores para a subida dos preços do petróleo está a tensão em torno do Irão. O segundo maior produtos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e o quatro produtor mundial, retomou o seu programa nuclear, uma decisão que mereceu o desagrado da comunidade internacional, que ameaçou denunciar o país ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma situação que aumentou o receio de que possam ser impostas sanções contra a indústria petrolífera iraniana, podendo mesmo, levar a uma diminuição das suas exportações.
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A discussão sobre quais as medidas a tomar em relação ao Irão, está agendada para os dias 2 e 3 de Fevereiro. Uma reunião de emergência solicitada pela Alemanha, França e Reino Unido, para que o diferendo possa ser levado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Para evitar a denúncia do Irão ao Conselho de Segurança da ONU, a Rússia tinha apresentado uma proposta ao Irão para enriquecer urânio no seu país. Hoje, Ali Larijani, responsável pela política nuclear do país, veio recusar a oferta, afirmando ser «insuficiente para satisfazer as necessidades do Irão».
A aumentar a preocupação sobre a tensão política no Médio Oriente, está também a vitória do partido Hamas na autoridade palestiniana. A facção armada, ao que tudo indica, terá ganho as eleições com mais de 55%, naquelas que são as primeiras eleições após a morte do líder palestiniano Yasser Arafat.
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