Wall Street fecha sessão volátil no verde em véspera de contas da Nvidia

O apetite pelos ativos de risco parece ter aumentado durante a sessão, ao mesmo tempo que os juros da dívida soberana norte-americana aliviaram. A recente queda das ações levou a que alguns investidores reforçassem posições num dia em que a independência da Fed marcou a agenda.
Wall Street
AP/Yuki Iwamura
João Duarte Fernandes 26 de Agosto de 2025 às 21:17

Os principais índices do lado de lá do Atlântico inverteram a tendência e fecharam esta terça-feira com ganhos. Numa sessão volátil, e à medida que os investidores procuram por novos catalisadores para apoiar os recentes máximos, as atenções centraram-se nas ameaças de Donald Trump a uma governadora da Reserva Federal (Fed), com o republicano a pôr novamente em causa a independência do banco central do país.

O S&P 500 valorizou 0,41% para os 6.465,94, o tecnológico Nasdaq Composite subiu 0,44% para os 21.544,27 e o Dow Jones ganhou 0,30% para 45.418,07 pontos.

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O apetite pelos ativos de risco parece ter aumentado durante a sessão, ao mesmo tempo que os juros da dívida soberana norte-americana registaram um ligeiro alívio. A recente queda das ações levou a que alguns investidores reforçassem posições, nomeadamente, em algumas das “big tech”, na véspera da apresentação de resultados da Nvidia – a empresa com maior capitalização bolsistas do S&P 500 e que serve de “barómetro” para a saúde do mercado em geral.

Wall Street vinha a negociar sob pressão depois de o otimismo que se seguiu ao discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, ter diminuído já na segunda-feira. Dúvidas sobre o ritmo da flexibilização da política monetária na maior economia mundial persistem antes da divulgação do relatório sobre a inflação conhecido no final desta semana.

“Se a Fed vier a ceder à pressão do Governo e reduzir as taxas prematuramente para apaziguar a Casa Branca, corre-se o risco de a inflação se tornar mais enraizada”, disse à Bloomberg Tom Essaye, da The Sevens Report.

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A marcar a agenda do dia estiveram renovados ataques de Trump à independência da Fed. O republicano disse que estava preparado para uma batalha judicial após ter decidido “demitir” a governadora Lisa Cook – apesar de não ter poderes para tal -, entre alegações não fundamentadas de que a decisora de política monetária terá falsificado documentos relacionados com créditos hipotecários.

. Em comunicado, a Fed afirmou que acatará qualquer decisão tomada por um tribunal.

“A pressão de Trump para demitir Cook exacerbou as preocupações sobre a independência da Fed”, disse à Bloomberg Ian Lyngen, da BMO Capital Markets.

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Mas mesmo com a incerteza política que se vive do lado de lá do Atlântico, os investidores continuam ancorados a um cenário otimista: um provável corte nas taxas em setembro, crescimento económico resiliente e resultados das cotadas fortes o suficiente para manter o otimismo em relação às ações norte-americanas.

Entre os movimentos, a Echostar disparou mais de 70%, depois de a , uma transação que vai reforçar a sua rede sem fios e de fibra nos Estados Unidos.

Já ações do setor de defesa avançaram depois de o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, ter sugerido que o . Nesta linha, a Lockheed Martin (+1,73%), a Northrop Grumman (+1%) e a RTX (+2,13%) valorizaram.

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Entre as “big tech”, a Nvidia avançou 1,09%, a Alphabet caiu 0,58%, a Microsoft perdeu 0,44%, a Meta subiu 0,11%, a Apple somou 0,95% e a Amazon valorizou 0,34%.

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