IMF – Libra com a melhor semana desde 2020 face ao dólar

Libra registou amplos ganhos; Dólar recuou; Petróleo sem grande variação; Ouro regressou aos ganhos
IMF - Informação de Mercados Financeiros 23 de Maio de 2022 às 12:30

| Libra registou melhor semana desde 2020 face ao dólar

A libra britânica registou a pior semana desde dezembro de 2020 face ao dólar, com os mais recentes dados macroeconómicos a reforçarem as expetativas de subidas de taxas. Os analistas esperam agora uma subida de 25 pontos base na reunião de junho (e um total de 125 pb até ao final do ano), acima dos 15 pb esperados no início da semana, no seguimento de números robustos do mercado laboral. A taxa de desemprego atingiu mínimos de 48 anos no primeiro trimestre, enquanto as vendas a retalho aumentaram inesperadamente. Para além disto, a inflação fixou-se em 9% y/y em abril, o que, apesar de elevada, ficou abaixo das expetativas. Como tal, estes fatores quando combinados com o fraco desempenho do dólar (ver texto abaixo) contribuíram para os ganhos da libra esterlina.

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A nível técnico, o Gbp/Usd tem vindo a recuar desde fevereiro. Não obstante, na última semana o par acabou por encontrar suporte na zona dos $1,21, de onde acabou por ressaltar. Para o curto prazo espera-se uma subida do par, até à linha de tendência descendente (vermelho).

| Dólar colocou ganhos em pausa

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Após várias semanas de ganhos, o dólar acabou por perder algum terreno face ao euro nos últimos dias. Este foi o pior desempenho da moeda desde fevereiro e leva os investidores a questionarem-se se o "rally" do último mês já se encontra esgotado. É de relembrar que a moeda norte-americana tem beneficiado do seu estatuto de ativo de refúgio nos últimos meses, num contexto de expetativas de subidas de taxas por parte dos principais Bancos Centrais. Na Zona Euro, as minutas da última reunião do BCE mostram que os membros da instituição expressaram receios generalizados sobre a propagação da inflação e o único grande debate parece ser o quão rápido e até que ponto devem tornar a política monetária mais restritiva. Com a inflação a subir ao recorde de 7,4% y/y, o BCE confirmou os planos para colocar fim ao programa de compra de obrigações no terceiro trimestre, mas manteve um tom de "não compromisso", evitando outras promessas, incluindo sobre níveis de taxas de juro, que permanecem ainda em terreno negativo.

A nível técnico, o Eur/Usd quebrou os níveis dos $1,05, $1,04, e chegou a testar o importante suporte dos na zona dos $1,0370 (0% de retração de fibonacci). De momento par ainda não obteve sucesso a este teste e acabou por corrigir. Não obstante, a perspetiva de queda para o curto/médio prazo mantém-se e o próximo nível de suporte encontra-se na paridade ($1.00).

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| Petróleo encerrou semana sem grande variação

Os preços do petróleo registaram uma variação semanal praticamente nula, com a proibição planeada pela União Europeia do petróleo russo a compensar os receios de que o abrandamento do crescimento económico irá prejudicar a procura. Não obstante, o futuro aparenta apontar para "cima" para o ouro negro, dada a reabertura chinesa e os esforços contínuos da UE no sentido de um embargo petrolífero russo.

Tecnicamente, com os ganhos recentes, o crude intensifica a perspetiva mais bullish para o curto-prazo, recuperando das perdas de meados de abril. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD que apresenta um sinal de compra, também apontam para esta perspetiva, sendo esperado que o petróleo continue os ganhos no curto-prazo, provavelmente realizando um teste aos $115/barril.

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| Ouro regressou aos ganhos

O ouro ainda perdeu algum terreno na sexta-feira, como resultado da subida do dólar norte-americano, contudo, a variação semanal continuou a ser positiva. Esta foi a primeira semana de ganhos de mais de um mês.

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Apesar dos ganhos da última semana, o couro continua a apresentar uma perspetiva bearish para o curto-prazo, à medida que o MACD apresenta um sinal de venda. O metal-precioso segue a consolidar abaixo dos $1900 e é esperado que recue no curto-prazo, com o próximo suporte a situar-se nos $1800, que já está a ser testado.

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.

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