IMF – Relatório de Emprego dos EUA abalou os mercados

Relatório de Emprego dos EUA abalou os mercados; BoJ manteve taxas, mas mostrou-se menos pessimista; Petróleo recuperou terreno; Ouro com ganhos ligeiros
IMF - Informação de Mercados Financeiros 04 de Agosto de 2025 às 13:00

O Relatório de Emprego (Nonfarm Payrolls) dos EUA indicou a criação de apenas 73 mil empregos em julho, um valor significativamente abaixo dos 110 mil esperados. O destaque do relatório está nas revisões em baixa dos dois meses anteriores, com os dados de junho a serem revistos em baixa de 147 mil para apenas 14 mil e os dados de maio de 125 mil para 19 mil empregos. Estima-se que a economia dos EUA necessite de criar cerca de 100 mil empregos por mês para acompanhar o crescimento da população em idade ativa. A taxa de desemprego subiu de 4,1% para 4,2%, mantendo-se, ainda assim, dentro do intervalo de 4,0%-4,2% observado desde maio de 2024. O crescimento dos salários médios por hora acelerou para os 3.9% y/y em julho, face aos 3.8% esperados e à revisão em alta de 3.7% para 3.8% em junho. Com isto, os mercados financeiros passaram a atribuir uma probabilidade de 98% a um corte das taxas já na reunião de setembro.

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O Eur/Usd iniciou a última semana com uma queda significativa, ao ponto de quebrar em baixa o suporte dos $1.1450 e renovar mínimos de mais de quase 2 meses perto dos $1.1400, onde encontrou um novo suporte. Na sexta-feira o par ressaltou novamente para meados dos $1.1550. O indicador MACD abriu o seu o sinal de venda do Eur/Usd, enquanto a média móvel a 200 dias subiu para os $1,0937.

Taxa de câmbio Euro/Dólar americano e MACD de maio a agosto
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O Banco do Japão (BoJ) manteve as taxas de juro de referência inalteradas nos 0.5%, como o esperado, e apresentou uma perspetiva menos sombria para a economia do que há 3 meses, mantendo viva a possibilidade de um reinício das subidas das taxas de juro ainda este ano. Deste modo, o Banco Central manteve a promessa de continuar a aumentar as taxas de juro se a evolução da economia e dos preços estiver em linha com as previsões. Kazuo Ueda, governador do BoJ, comentou que o acordo comercial com os EUA reduziu a incerteza sobre as perspetivas e aumentou a probabilidade de o Japão atingir de forma duradoura a meta de inflação de 2% do BoJ, o que é um pré-requisito para novos aumentos das taxas. Ueda também indicou que a inflação subjacente ainda está aquém da meta de 2%, mas que espera um aumento moderado.

Na última semana, o Eur/Jpy renovou máximos de 1 ano ligeiramente abaixo dos 174 ienes. No entanto, nas sessões seguintes o par apresentou uma tendência descendente até se aproximar do nível dos 170 ienes, que poderá ter servido de suporte para o Eur/Jpy. No fim da semana, o Eur/Jpy recuperou para meados dos 171 ienes. O indicador MACD abriu ainda mais o seu sinal de venda e a média móvel a 200 dias subiu para os 163,15 ienes.

Taxa de câmbio Euro/Yen, com otimismo do Banco do Japão e relatório de emprego dos EUA
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O preço do petróleo iniciou a semana em alta, beneficiando do acordo comercial entre os EUA e a União Europeia. Além disso, a ameaça de Donald Trump de impor tarifas pesadas a compradores de petróleo russo, caso a Rússia não cesse a guerra na Ucrânia até 8 ou 10 de agosto, também contribuiu para o aumento dos preços da matéria-prima. No entanto, as últimas sessões da semana foram de perda para o crude, principalmente devido às tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA sobre importações de vários países, incluindo o Canadá, e ao anúncio da EIA de um aumento semanal nos stocks de petróleo, que superou as expectativas do mercado.

O petróleo valorizou nas primeiras sessões da semana, aproximando-se da resistência nos $72,5/barril, onde renovou máximos de mais de uma semana acima dos $70,5/barril. Após não ter conseguido ultrapassar a resistência supramencionada, a matéria-prima apresentou uma correção, cotando novamente perto dos $68/barril, sendo importante recordar que o petróleo conta com um suporte na zona dos $64/barril.

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Gráfico de preços do petróleo (NYM) e indicador MACD de maio a agosto

O ouro desvalorizou nas primeiras sessões da semana, depois da FED ter mantido as suas taxas de juro de referência inalteradas e do seu presidente, Jerome Powell, não ter dado indicações sobre um possível corte na reunião de setembro. Contudo, na sexta-feira, após a divulgação dos dados do emprego dos EUA abaixo do esperado, acompanhados de revisões fortemente em baixa para maio e junho, o mercado passou a dar como certo um corte nas taxas na próxima reunião da FED (setembro) o que impulsionou o preço do ouro, fazendo assim com que o metal precioso encerrasse a semana com uma variação ligeiramente positiva.

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O ouro iniciou a última semana com sessões negativas, tendo, inclusive, renovado mínimos de 30 de junho pelos $3270/onça, um nível que permanece consideravelmente acima do seu suporte pelos $3175/onça. Nas sessões seguintes, o metal precioso conseguiu recuperar terreno.

Gráfico demonstra a evolução do preço do ouro (XAU) em dólares americanos

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.

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