IMF – Banco de Inglaterra subiu taxas em 25 pontos base
Banco de Inglaterra subiu taxas em 25 pontos base; Membros da FED e do BCE alertam sobre política restritiva; Petróleo estabilizou acima dos $70; Ouro encontrou suporte nos $2000/onça.
| Banco de Inglaterra subiu taxas em 25 pontos base
O Banco de Inglaterra (BoE) decidiu subir as suas taxas de juro em 25 pb para os 4,5%, de acordo com o esperado, tendo o Governador da instituição, Andrew Bailey, indicado que o Banco Central pretende deixar as suas opções "em aberto". A decisão foi apoiada por 7 dos membros do comité. O BoE decidiu deliberadamente manter as suas perspetivas futuras vagas, visto que tais decisões estarão dependentes da persistência da inflação britânica. É de mencionar que o BoE já não está a prever uma recessão para o ano corrente. Posteriormente, foram divulgados os números do crescimento do Reino Unido, que têm sido complicados de interpretar enquanto se verificou que o PIB de março contraiu 0.3%, em cadeia, face a uma estagnação esperada, mas cresceu 0.1%, em cadeia, no primeiro trimestre do ano, apoiado pelos 2 primeiros meses do ano. Recentemente, algo que afeta o crescimento do Reino Unido pela negativa, são os feriados, tal como o feriado Bancário relativo à coroação do novo rei, que se estima que vá retirar 0.5% no PIB mensal de maio. Apesar de se verificar que o impacto dos feriados ter diminuído face às décadas anteriores, este em concreto poderá ser suficiente para produzir uma queda de 0,2% no PIB do segundo trimestre. Fora a volatilidade, a economia tem se apresentado estagnada, sendo que alguns analistas indicam haver potencial para se observar um crescimento modesto no resto do ano.
Ao longo da última semana, a Libra valorizou e o Eur/Gbp perdeu novamente terreno, tendo quebrado em baixa o seu suporte presente nas £0.872. Agora, o par tem como próximo suporte um nível estabelecido nas £0.857.
| Membros da FED e do BCE alertam sobre política restritiva
Tanto membros da FED como do BCE têm vindo a apresentar visões mais restritivas do que o antecipado, após ambas as instituições terem subido taxas em 25 pontos base. O Presidente da Reserva Federal de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que poderá ser necessário que a política monetária da instituição se mantenha restritiva durante um período "extenso". Alertou ainda que uma curva de yields invertida poderá ser necessária caso a inflação se mantenha persistentemente elevada, podendo, no entanto, pressionar ainda mais os bancos norte-americanos. Segundo Kashkari, existem evidências de que a elevada inflação está a recuar, mas têm se mantido bastante persistente, o que significa que a instituição irá precisar de manter as suas taxas elevadas durante mais tempo do que o antecipado. Mencionou ainda estar preocupado sobre o impacto da política monetária sobre os bancos que se têm apresentado sob pressão, desde as falências observadas em março. Para Kashkari, caso a inflação recuasse "rapidamente", poderia se observar uma normalização das taxas de juro e das curvas de yields, o que minimizaria a pressão colocada nos bancos de todos os tamanhos. Já quanto ao BCE, alguns membros do concelho do BCE estão a indicar que a subida nas suas taxas de juro poderá continuar até setembro, caso seja necessário para reduzir a inflação até à meta de 2%. Tal narrativa foi apoiada pelo chefe do Banco da Letônia, Martinš Kazaks, que indicou que o mercado não deverá assumir que as subidas irão terminar em julho, dado ser preciso "cobrir mais terreno".
Após transacionar em torno dos $1.10, o Eur/Usd, na última semana, apresentou uma queda sustentada ao ponto de renovar mínimos de 1 mês abaixo dos $1.0900 e quebrar a linha de tendência ascendente (vermelho), tendo próximo suporte o nível presente nos $1.08.
| Petróleo estabilizou acima dos $70
O petróleo uma recuperação no início da semana, tendo posteriormente recuado e estabilizado acima dos $70, após a OPEP+ ter indicado esperar que a procura do segundo semestre do ano seja 90.00 barris por dia superior ao anteriormente projetado e que os crescentes riscos económicos sejam compensados por um crescimento da procura chinesa.
Após uma semana em que o petróleo renovou momentaneamente mínimos de dezembro de 2021, apresentou um início de semana de recuperação até à resistência dos $74. Posteriormente, o petróleo retornou a recuar, tendo encontrado um suporte no nível dos $70.
| Ouro encontrou suporte nos $2000/onça
O ouro valorizou no início da semana, tendo recuado no final da mesma até ao suporte dos $2000, enquanto foi pressionado por um dólar forte e pelo crescimento das yields, mas apoiado por um aumento nas expectativas de cortes de taxas no final do ano.
O ouro iniciou a semana com uma valorização, tendo recuado posteriormente e encontrado novamente suporte na antiga resistência dos $2000/onça. Este suporte poderá se provar importante no apoio à valorização do metal precioso.
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