Expectativas de novo corte das taxas de juro deixam Wall Street em alta
Após alguma volatilidade no arranque da sessão, os principais índices norte-americanos conseguiram fechar com ganhos de cerca de 1%, numa altura em que os investidores se mostram mais otimistas em relação a um corte nas taxas de juro na próxima reunião. As ações da Nvidia ainda conseguiram recuperar ligeiramente das quedas de quinta-feira, depois de a Bloomberg ter noticiado que a administração Trump estaria a considerar deixar a empresa vender chips H200 à China, mas acabaram mais uma vez no vermelho.
O S&P 500 avançou 0,98% para 6.602,99 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite acelerou 0,88% para 22.273,08 pontos e o industrial Dow Jones ganhou 1,08% para 46.245,41 pontos. A sessão de quinta-feira foi marcado por perdas avultadas para os três principais índices, num dia em que o índice do medo VIX atingiu máximos de abril, com os mercados a serem pressionados por comentários da presidente da Reserva Federal (Fed) de Cleveland, que vê taxas mais baixas como uma ameaça à contenção da inflação.
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No entanto, esta sexta-feira os investidores voltaram a apostar forte num novo alívio na reunião de dezembro, depois de o presidente da Fed de Nova Iorque ter indicado que o banco central pode avançar com um corte "no curto prazo", sem colocar a meta da inflação em risco. Numa nova reviravolta, o mercado de "swaps" vê agora uma probabilidade de cerca de 70% da autoridade monetária dos EUA aliviar a política monetária pela terceira vez este ano no próximo encontro - um valor que está claramente em contraste com os 37% do início do dia.
Apesar do entusiasmo, os sinais dos membros do banco central têm sido mistos. Também esta sexta-feira, a presidente da Fed de Boston disse à CNBC que a política monetária estava no "sítio certo", sinalizando algum ceticismo em torno de uma flexibilização. Mesmo assim, "o grande impulso de hoje é o aumento das probabilidades de corte das taxas para a reunião de dezembro", como refere Ross Mayfield, estratega de investimento da Baird, à Reuters.
O banco central tem a difícil tarefa em mãos de decidir o que fazer à política monetária sem grandes dados económicos para analisar. O "shutdown" impediu a divulgação dos mesmos e, agora, a entidade responsável pelas estatísticas do emprego já anunciou que não vai lançar os dados da criação de emprego relativos a novembro de forma independente. Vão chegar em conjunto com os de dezembro, já depois da reunião da autoridade monetária.
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Após ter registado uma sessão extremamente volátil, fechando com quedas superiores a 3%, a Nvidia continuou no vermelho, ao ceder 0,97% para 178,88 dólares. A gigante dos chips apresentou resultados ao mercado na quarta-feira que conseguiram abafar as preocupações em torno da sustentabilidade do "rally" das ações de inteligência artificial, numa altura em que os investidores têm avaliado uma possível bolha nos títulos do setor.
Já a Eli Lilly acelerou 1,60% para 1.059,70 dólares, um novo máximo histórico, tornando-se a primeira farmacêutica a tocar numa capitalização de mercado de um bilião de dólares, numa altura em que a procura por medicamentos de perda de peso dispara.
Por sua vez, a Gap ganhou 8,36% para 24,96 dólares, após a empresa ter registado um crescimento nas vendas superior ao antecipado de 3% para 3,94 mil milhões de dólares.
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