IA continua a animar investidores e leva S&P 500 e Nasdaq a novos máximos
O “rally” das cotadas ligadas à inteligência artificial (IA) que tem alimentado a valorização dos mercados ao nível global, ganhou nova força esta segunda-feira e levou o S&P 500 e Nasdaq Composite a baterem máximos de fecho. O acordo anunciado entre a Advanced Micro Devices (AMD) e a OpenAI foi o grande catalisador da sessão.
O S&P 500 avançou 0,36%, para os 6.740,28 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite somou 0,71% para os 22.941,67 pontos. Já o Dow Jones recuou 0,14% para os 46.694,97 pontos.
PUB
O acordo entre a AMD - que fechou o dia a disparar mais de 23% - e a dona do ChatGPT segue-se ao anúncio do mês passado de que a Nvidia planeia investir até 100 mil milhões de dólares na OpenAI, à medida que se regista uma crescente procura por ferramentas de IA generativa, assim como pela construção de infraestruturas que apoiem os avultados planos e investimentos nesta área, como é o caso dos centros de dados.
“Os semicondutores estão em alta”, disse à Bloomberg Louis Navellier, da Navellier & Associates. “A narrativa da IA continua a ganhar impulso”, acrescentou o especialista, que disse ainda não ser surpresa que a paralisação do Governo dos EUA esteja a ser praticamente ignorada pelos investidores nesta altura.
Ainda assim, persistem receios de que as cotadas norte-americanas possam estar já sobrevalorizadas. Nesta linha, houve algum receio de que uma “bolha” da IA já tivesse rebentado no final de janeiro, quando a chinesa DeepSeek abalou o mercado com o lançamento de um modelo competitivo de IA generativa que, de acordo com a empresa, terá sido criado com apenas uma fração do custo investido por concorrentes nesta área.
PUB
Apesar disso, nos meses seguintes, as empresas de tecnologia redobraram os seus planos de gastos com IA, e os investidores continuam a aplaudir tais decisões. “Quando a bolha tecnológica no mercado de ações se insuflou em 1999, não nos lembramos de tanta conversa sobre uma bolha como estamos a ouvir hoje. De uma perspetiva contrária, é reconfortante que haja uma bolha nos receios de uma bolha”, disse à agência de notícias financeiras o especialista Ed Yardeni.
O fundador da Yardeni Research referiu ainda que “contamos com outra temporada de resultados financeiros melhores do que o esperado para o terceiro trimestre nas próximas semanas para apoiar a recuperação do mercado de ações para níveis recorde”.
Com efeito, ánalistas do Goldman Sachs também antecipam uma temporada de lucros melhor do que o esperado. Isto porque a resiliência da maior economia mundial e as perspetivas sólidas para a IA deixaram, na ótica destes especialistas, as estimativas para os resultados das cotadas muito baixas. Além disso, a equipa liderada por David Kostin também espera que as Sete Magníficas - grupo formado pelas tecnológicas de maior capitalização bolsista -, supere as expectativas de lucros no terceiro trimestre.
PUB
Quanto aos movimentos do mercado, a Micron Technology subiu quase 2%, depois de o Morgan Stanley ter elevado as ações da tecnológica de "equal-weight" para "overweight". Já a Apple cedeu 0,52%, numa altura em que a empresa liderada por Tim Cook enfrenta uma investigação em França sobre o uso de gravações de voz feitas com a assistente virtual Siri.
Entre as restantes “big tech”, a Nvidia caiu 1,12%, a Alphabet pulou 2,05%, a Microsoft ganhou 2,17%, a Meta subiu 0,72% e a Amazon valorizou 0,63%.
Saber mais sobre...
Saber mais Empresas Investimentos Mercado e bolsa Ações Nasdaq S&P Advanced Micro Devices Louis Navellier Nvidia OpenAI Estados Unidos França Tim CookÁlvaro sabe ao que vem
Mistérios
Mais lidas
O Negócios recomenda