IA continua a animar investidores e leva S&P 500 e Nasdaq a novos máximos

Wall Street fechou em alta, à exceção do Dow Jones, com o “rally” das cotadas ligadas à IA a alimentar a valorização dos mercados acionistas. Os investidores, que parecem ignorar, para já, a paralisação do Governo dos EUA, mostram-se confiantes quanto à apresentação de resultados das cotadas. AMD disparou 23% após acordo com OpenAI.
Wall Street
Richard Drew/AP
João Duarte Fernandes 06 de Outubro de 2025 às 21:13

O “rally” das cotadas ligadas à inteligência artificial (IA) que tem alimentado a valorização dos mercados ao nível global, ganhou nova força esta segunda-feira e levou o S&P 500 e Nasdaq Composite a baterem máximos de fecho. O

O S&P 500 avançou 0,36%, para os 6.740,28 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite somou 0,71% para os 22.941,67 pontos. Já o Dow Jones recuou 0,14% para os 46.694,97 pontos.

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O acordo entre a AMD - que fechou o dia a disparar mais de 23% - e a dona do ChatGPT , à medida que se regista uma crescente procura por ferramentas de IA generativa, assim como pela construção de infraestruturas que apoiem os avultados planos e investimentos nesta área, como é o caso dos centros de dados.

Os semicondutores estão em alta”, disse à Bloomberg Louis Navellier, da Navellier & Associates. “A narrativa da IA continua a ganhar impulso”, acrescentou o especialista, que disse ainda não ser surpresa que a esteja a ser praticamente ignorada pelos investidores nesta altura.

Ainda assim, persistem receios de que as cotadas norte-americanas possam estar já sobrevalorizadas. Nesta linha, houve algum receio de que uma “bolha” da IA já tivesse rebentado no final de janeiro, que, de acordo com a empresa, terá sido criado com apenas uma fração do custo investido por concorrentes nesta área.

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Apesar disso, nos meses seguintes, as empresas de tecnologia redobraram os seus planos de gastos com IA, e os investidores continuam a aplaudir tais decisões. “Quando a bolha tecnológica no mercado de ações se insuflou em 1999, não nos lembramos de tanta conversa sobre uma bolha como estamos a ouvir hoje. De uma perspetiva contrária, é reconfortante que haja uma bolha nos receios de uma bolha”, disse à agência de notícias financeiras o especialista Ed Yardeni.

O fundador da Yardeni Research referiu ainda que “contamos com outra temporada de resultados financeiros melhores do que o esperado para o terceiro trimestre nas próximas semanas para apoiar a recuperação do mercado de ações para níveis recorde”.

Com efeito, ánalistas do Goldman Sachs também antecipam uma temporada de lucros melhor do que o esperado. Isto porque a resiliência da maior economia mundial e as perspetivas sólidas para a IA deixaram, na ótica destes especialistas, as estimativas para os resultados das cotadas muito baixas. Além disso, a equipa liderada por David Kostin também espera que as Sete Magníficas - grupo formado pelas tecnológicas de maior capitalização bolsista -, supere as expectativas de lucros no terceiro trimestre.

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Quanto aos movimentos do mercado, a Micron Technology subiu quase 2%, depois de o Morgan Stanley ter elevado as ações da tecnológica de "equal-weight" para "overweight". Já a Apple cedeu 0,52%, numa altura em que a empresa liderada por Tim Cook enfrenta uma investigação em França sobre o uso de gravações de voz feitas com a assistente virtual Siri.

Entre as restantes “big tech”, a Nvidia caiu 1,12%, a Alphabet pulou 2,05%, a Microsoft ganhou 2,17%, a Meta subiu 0,72% e a Amazon valorizou 0,63%.

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