Mercado despreocupado com "shutdown" dos EUA. S&P 500 bate recorde

As bolsas norte-americanas conseguiram fechar em alta esta quarta-feira, numa altura em que também aumentam as apostas em mais cortes de juros pela Reserva Federal até ao final do ano.
wall street bolsa mercados traders
Peter Morgan/AP
Bárbara Cardoso 01 de Outubro de 2025 às 21:16

Os três principais índices dos EUA terminaram a sessão desta quarta-feira com valorizações, numa sessão marcada por pessimismo em torno da, que muito provavelmente vai adiar a divulgação dos dados da criação de emprego do lado de lá do Atlântico, agendados para sexta-feira, um grande motor para a decisão do banco central quanto a juros.

No entanto, o mercado parece despreocupado, sobretudo depois de o vice-presidente dos EUA, JD Vance, ter dito que o "shutdown" não deverá ser longo e deverá ter pouco impacto na economia. 

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No entanto, os dados da atividade industrial trocaram as voltas aos investidores. A atividade industrial na maior economia do mundo encolheu em setembro pelo sétimo mês consecutivo, refletindo uma quebra nos pedidos e aumentando as evidências de que a indústria está a perder força. Além disso, o relatório da criação de emprego em empresas americanas da ADP caiu inesperadamente no mesmo mês. Também na terça-feira, os dados das vagas de emprego mostraram também uma estagnação. 

Com todos estes dados, que refletem um claro abrandamento do mercado laboral dos EUA, os analistas consideram que a falta dos dados do emprego de sexta-feira vão prejudicar as intenções da Reserva Federal (Fed), que reúne mais uma vez em outubro - depois de em setembro ter cortado os juros federais em 25 pontos-base.

Assim, as apostas dos investidores em mais dois cortes nas taxas de juro até ao final do ano saem cimentadas. 

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“Acreditamos que, mesmo que o relatório de sexta-feira não possa ser publicado antes da reunião da Fed, as autoridades terão informações suficientes sobre o mercado de trabalho para implementar outro corte de 25 pontos-base na reunião de outubro”, disse Atakan Bakiskan, economista americano da Berenberg, à Bloomberg.

Neste contexto, o S&P 500 bateu um novo recorde intradiário, ao atingir os 6.718,48 pontos, tendo terminado a sessão também em máximos, após ganhar 0,34% para 6.713,73 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite somou 0,42% para 22.755,16 pontos e o industrial Dow Jones subiu 0,09% para 46.441,10 pontos - um novo recorde.

Entre os principais movimentos empresariais, a Tesla valorizou mais de 3% depois de as vendas da fabricante de veículos elétricos de Elon Musk terem aumentado na Europa, sobretudo em França e na Dinamarca. 

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A Nike subiu 6,4% após ter divulgado uma subida inesperada das receitas no primeiro trimestre fiscal (já relativo a 2026), tendo superado as expectativas quanto ao lucro trimestral, numa altura em que a gigante do vestuário desportivo reconstrói a sua presença junto dos retalhistas e investe em produtos mais atuais para manter os consumidores interessados.


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