Mota-Engil regressa à negociação com queda de 5%

A construtora está a negociar nos 4,926 euros, acima dos 4,65 euros praticados na venda de acções pela família Mota.
Diogo Cavaleiro 26 de Fevereiro de 2014 às 10:09

As acções da Mota-Engil estão a negociar com uma quebra em torno de 5%, depois de duas horas sem trocarem de mãos. A suspensão, determinada pela CMVM, ocorreu enquanto ocorria o processo de venda de acções por parte da Família Mota e da própria construtora.

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Esse processo de venda foi feito a 4,65 euros, um preço mais baixo do que aquele que é praticado neste momento na Bolsa de Lisboa. Cada acção da empresa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) está a ser negociada por 4,849 euros, uma quebra de 6,26% em relação ao preço de fecho de ontem. A este preço, a construtora está avaliada de 992,3 milhões de euros.

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Estando ainda no início de negociação, as transacções têm variado em força no que ao preço diz respeito. Já foram compradas acções entre o intervalo de 4,75 euros (quebra de 8%) a 4,989 euros (descida de 3,5%).

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De qualquer modo, as acções ainda não caíram mais de 10%, para os 4,65 euros, o desconto que foi feito no processo de venda a institucionais de mais de 11% do capital social da família Mota e de 5,4% de acções próprias. Estes processos de “accelerated bookbuilding” (em que os bancos procuram compradores para títulos) têm, normalmente, um desconto associado .

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"O desconto de 10% reflecte o facto de ter sido vendido um lote grande de acções. Além disso, os investidores preferiram fazer ofertas abaixo dos máximos anuais, uma vez que a Mota-Engil está prestes a separar a sua valiosa unidade africana e a reacção do mercado ainda não é conhecida" , comenta o gestor da XTB Steven Santos ao Negócios.

 

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Com a queda de hoje, a cotada afasta-se dos 5,173 euros ontem registados no fecho, a cotação mais elevada desde 16 de Janeiro, altura em que deixou de dar direito a ser-se accionista da unidade africana.

 

A descida em bolsa era antecipada pelo mercado, devido ao desconto feito na operação de venda a institucionais, embora o especialista da XTB considere que a “notícia é muito positiva para a acção a médio prazo”.

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No comentário a esta operação, Steven Santos indicou que este é um “excelente momento” para a sua realização: "a empresa consegue reduzir a participação da família e vender todas as acções próprias em máximos anuais". O especialista sublinha que, em 2008, tinham sido adquiridas acções próprias a 2,30 euros. Todas as acções próprias da Mota-Engil foram vendidas, esta manhã, a 4,65 euros, ou seja, em relação às últimas que tinham sido compradas, a mais-valia foi mais do dobro.

 

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“A maior dispersão do capital em bolsa e o aprofundamento da liquidez deverão tornar a Mota-Engil mais apetecível para os investidores que evitam acções com baixo ‘free float’ [capital disperso em bolsa]”, aponta o mesmo especialista relativamente à nova estrutura accionista da empresa, em que a Família Mota-Engil se mantém com uma posição acima de 50%, mas longe dos mais de 67% que apresentava até aqui.

 

(Notícia actualizada pela última vez às 12h01 com comentários de analistas)

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