PSI-20 recupera de maior queda desde 2008 com EDP e Galp a liderar ganhos

O índice de ações nacional subiu mais de 1%, apoiado nos ganhos robustos da EDP e da Galp Energia.
Sérgio Lemos
Nuno Carregueiro 02 de Março de 2020 às 16:44

A bolsa nacional fechou a sessão em terreno positivo, numa sessão marcada pela forte volatilidade, com várias ações portuguesas a conseguirem resistir ao pessimismo que voltou a marcar o dia na Europa.

 

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O PSI-20 fechou a ganhar 1,06% para 4.816,12 pontos, com oito cotadas em alta e dez em queda. O índice português chegou a valorizar 2,82% nos primeiros minutos da sessão, foi perdendo terreno até marcar uma queda de 1,23% e conseguiu depois recuperar até ao fecho da sessão.

 

Nas praças europeias o comportamento foi semelhante, mas alguns índices não conseguiram passar para terreno positivo firme, agravando assim as perdas acentuadas da semana passada, que foram as mais fortes desde 2008. O PSI-20, que caiu 11,5% nas cinco sessões anteriores, está ainda a acumular um saldo negativo de 7,7% em 2020.

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A forte volatilidade dos mercados espelha o nervosismo dos investidores com o impacto económico da propagação do coronavírus a cada vez mais pessoas em todo o mundo (o número de vítimas mortais já é superior a 3.000).

 

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No início da sessão os mercados reagiram de forma favorável ao sinal dado por vários bancos centrais (Fed, Banco do Japão e Banco de Inglaterra) para atuar, bem como da intenção das maiores economias do mundo em avançar com uma "ação concertada" para limitar o impacto da propagação do coronavírus. Os ministros das finanças do G-7 vão realizar esta terça-feira uma conferência telefónica para determinar as medidas que vão ser implementadas.

 

No que diz respeito à política monetária, os mercados estão já a incorporar o impacto do coronavírus, antecipando um corte de 50 pontos base na taxa de referência da Fed e de 25 pontos base no Banco de Inglaterra este mês.

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Os analistas alertam que a recuperação registada por vários índices esta segunda-feira é sobretudo técnica e surge depois das violentas descidas na semana passada. "Para que os mercados financeiros tenham uma recuperação mais sustentável será necessário que ou a epidemia dê sinais que está a retroceder (o que para já não parece iminente) ou que os bancos centrais intervenham", refere o BPI no Diário de Bolsa desta manhã.

 

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Galp e EDP contrariam mínimo do BCP

 

As cotadas do setor energético lideraram os ganhos no PSI-20, com a Galp Energia e a EDP a marcarem ganhos acima de 2%, compensando assim o desempenho negativo do BCP, que atingiu mínimos desde março de 2017.

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A Galp Energia somou 2,3% para 12,655 euros e a EDP valorizou 2,3% para 4,317 euros. Ainda na energia a REN disparou 5,56% para 2,66 euros, depois da JB Capital Markets ter elevado a recomendação da cotada de "neutral" para "comprar", tendo definido o preço-alvo nos 2,90 euros. 

As empresas de retalho beneficiaram com o estatuto defensivo e marcaram uma sessão de ganhos. A Sonae subiu 3,04% para 0,7295 euros e a Jerónimo Martins somou 0,57% para 15,995 euros.

 

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Apesar do saldo semanal do PSI-20, foram seis as cotadas do índice que atingiram mínimos de pelo menos 52 semanas. O BCP atingiu um mínimo de três anos, com uma queda de 1,78% para 0,1596 euros, em linha com o desempenho do setor financeiro, que é o mais castigado com o cenário de descida das taxas de juro por parte dos bancos centrais.

 

A Nos cedeu 1,34% para 3,522 euros e atingiu um mínimo desde junho de 2013. A empresa viu a Marshall Wace aumentar a posição a descoberto para 0,62%.

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A Semapa, Altri, Mota-Engil e Ramada foram as outras cotadas a fixar mínimos de, pelo menos, um ano.

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