S&P e Dow Jones ganham com fim do "shutdown" à vista. Nasdaq pressionado pela Nvidia

Wall Street terminou a sessão desta terça-feira dividida entre ganhos e perdas, com o Nasdaq Composite a não conseguir ficar à tona, numa altura em que os receios com a sobreavaliação das ações de tecnologias voltaram a tomar conta do sentimento. Por outro lado, a perspetiva de retoma da atividade do Governo dos EUA, marcando o fim do maior "shutdown" da história, deu gás ao S&P 500 e ao industrial Dow Jones. 

Esta madrugada, o Senado chegou a um acordo de financiamento provisório, com 60 votos a favor e 40 contra. A votação segue agora para a Câmara dos Representantes. O fim da paralisação significa mais dados oficiais sobre a maior economia do mundo que, ao que tudo aponta, deverão sublinhar a necessidade de um novo corte de juros pela Reserva Federal na reunião de dezembro. 

Os analistas antecipam que estes relatórios espelhem uma nova queda na criação de emprego norte-americano no último mês, referindo um outro relatório privado, publicado a semana passada, que mostrava que, em outubro, os EUA procederam ao maior corte de empregos dos últimos anos. Esta terça-feira, os novos dados da ADP sugerem que o mercado laboral voltou a abrandar na segunda metade de outubro.

Por outro lado, o receio quanto à sobreavaliação das ações tecnológicas voltam a ensombrar as bolsas americanas. Esta terça-feira, a CoreWeave alertou que as receitas serão inferiores ao esperado na apresentação de resultados trimestrais. As perspetivas pouco animadoras da tecnológica, que aluga acesso a poderosos "chips" de IA, deram aos investidores mais um motivo para se preocuparem com a força do setor de tecnologia. A empresa afundou hoje em bolsa 16,31%.

Neste contexto, o S&P 500 subiu 0,21% para 6.846,61 pontos, enquanto o industrial Dow Jones saltou 1,18% para 47.927,96 pontos. Em contraciclo, o tecnológico Nasdaq Composite perdeu 0,25% para 23.468,30 pontos. 

Entre os principais movimentos empresariais, a FedEx - cujos resultados são vistos como um um barómetro da economia  -, subiu 5,45%, já que disse que espera que o lucro deste trimestre melhore em relação ao ano anterior.

Já a Nvidia caiu 2,96% depois de o SoftBank ter vendido toda a sua participação na fabricante de "chips" por 5,83 mil milhões de dólares para ajudar a financiar investimentos em inteligência artificial.

A Advanced Micro Devices reduziu as perdas para 2,65% após prever um crescimento acelerado das vendas nos próximos cinco anos. 

Já a Microsoft, que anunciou um investimento de 10 mil milhões de euros em Sines, Portugal, cresceu 0,53%.