Wall Street afunda com tensões entre Washington e Pequim. Nasdaq derrapa mais de 3,5%

Os principais índices dos EUA fecharam com pesadas perdas, depois de Trump ter ameaçado aumentar de forma expressiva as tarifas sobre a China. Wall Street registou mesmo a pior sessão desde o "dia da libertação" de Trump, em abril.
AP/Richard Drew
João Duarte Fernandes 10 de Outubro de 2025 às 21:18

As levaram Wall Street a fechar a semana com fortes perdas – as mais expressivas desde o -, afundando as ações, o petróleo e as criptomoedas, com os investidores a virarem-se para ativos-refúgio, como o ouro ou as obrigações.

O S&P 500 tombou 2,71%, para os 6.552,51, o tecnológico Nasdaq Composite afundou 3,56% para os 22.204,43. Já o Dow Jones recuou 1,90% para os 45.479,60 pontos.

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A ameaça do Presidente norte-americano, Donald Trump, de um “aumento maciço” nas tarifas sobre a China abalou Wall Street no final de uma semana volátil, que viu crescer a preocupação com uma possível “bolha” nas empresas ligadas ao desenvolvimento da inteligência artificial.

Trump escreveu esta sexta-feira que não via “nenhuma razão” para se encontrar com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, citando os recentes controlos que considera serem “hostis” às exportações de terras raras por parte da China.

A publicação do republicano nas redes sociais seguiu-se a uma série de medidas tomadas tanto pelos EUA como pela China para potencialmente restringir os fluxos de tecnologia e materiais entre os países — tudo isto antes da reunião planeada entre os líderes das duas maiores economias mundiais na Coreia do Sul no final deste mês.

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“Isto claramente não era algo que os ‘traders’ queriam ouvir”, disse à Bloomberg Steve Sosnick, da Interactive Brokers. “As reações podem dizer tanto sobre a complacência recente do mercado quanto sobre as ramificações políticas”, acrescentou o especialista, já que ultimamente não se tem assistido a grandes movimentos de queda em ativos de risco.

Desde o colapso do mercado provocado pelas tarifas de Trump em abril, o S&P 500 tem atingido sucessivos máximos devido ao otimismo em relação à IA e às esperanças de cortes nas taxas de juros pela Reserva Federal (Fed). O índice está a negociar perto de uma das suas avaliações mais altas em 25 anos — deixando uma margem estreita para más notícias. «Ao longo do verão, a ganância superou em muito o medo no mercado acionista dos EUA, e o alto nível de complacência deixa os investidores vulneráveis”, referiu Michael O'Rourke, da Jonestrading. “A liquidação tem o potencial de evoluir para uma correção maior, especialmente se a trégua comercial entre os EUA e a China chegar ao fim”, defende o analista à agência de notícias financeiras.

Entre os movimentos do mercado, a Qualcomm desvalorizou mais de 7,33% para 153,52 dólares, após a China ter iniciado uma investigação “antitrust” sobre a sua aquisição de uma empresa de tecnologia para veículos conectados.

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Entre as “big tech”, a Nvidia perdeu 4,95%, a Alphabet caiu 1,95%, a Microsoft cedeu 2,19%, a Meta deslizou 3,85%, a Apple desvalorizou 3,45% e a Amazon afundou 4,99%.

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