EUA: Nuvens negras afastam-se do orçamento federal e das conversações comerciais. Bolsas aplaudem
O Dow Jones encerrou esta terça-feira a somar 1,49% para 25.425,76 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 1,29% para 2.744,73 pontos.
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Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite registou uma subida de 1,46% para 7.414,62 pontos.
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As bolsas do outro lado do Atlântico regressaram assim a terreno de ganhos expressivos, animadas pelo plano de financiamento da segurança fronteiriça dos EUA delineado ontem por quatro congressistas (dois democratas e dois republicanos), na expectativa de que seja aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Representantes e que receba também luz verde do presidente Donald Trump.
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Devido à falta de acordo para o orçamento federal, parte dos serviços públicos do país ficaram sem dinheiro, pelo que foram paralisados durante 35 dias, de 22 de dezembro a 18 de Janeiro – dia em que Trump e o Congresso chegaram a acordo para pôr fim ao "shutdown" pelo menos durante três semanas (até 15 de fevereiro).
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O acordo foi conseguido através de um financiamento temporário que permitiu a normalização dos serviços públicos enquanto prosseguem as negociações sobre como garantir a segurança da fronteira dos EUA com o México.
Trump ameaçou impor novo "shutdown" a partir dessa data se não lhe dessem o dinheiro que pretende para a construção do muro. O chefe da Casa Branca tem insistido em que seja pelo Congresso (Senado e Câmara dos Representantes) um pacote de 5,7 mil milhões de dólares para o muro que quer construir ao longo da fronteira com o México.
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Donald Trump tem continuado decidido a usar o seu poder de veto sobre qualquer lei de financiamento federal aprovada no Congresso que não contemple o dinheiro que pretende para o referido muro.
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Mas hoje o chefe da Casa Branca veio dizer que, apesar de não estar satisfeito com o plano delineado na noite passada, considera improvável um novo "shutdown", o que aliviou os mercados.
Os quatro congressistas que ontem estiveram reunidos anunciaram ter chegado a um "acordo de princípio" para o financiamento da segurança fronteiriça.
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Esse acordo prevê, segundo fontes citadas pela Reuters, um pacote de 1,37 mil milhões para nova vedação ao longo de 90 quilómetros na fronteira entre os EUA e o México – mas essa vedação só pode ser construída com o desenho atualmente vigente, como os pilaretes de aço. Esse dinheiro será também canalizado para instalações de retenção de imigrantes, com camas suficientes para quem espera uma possível deportação.
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Em resposta, a mensagem de Trump, apesar de não apontar para nova paralisação dos serviços governamentais, foi dúbia: "não creio que assistamos a um ‘shutdown’. Se isso acontecer, será culpa dos democratas".
Trump reiterou recentemente que poderia, por lei, recorrer ao estado de emergência nacional para aceder ao dinheiro que diz precisar para construir o muro ao longo da fronteira com o México. Mas os próprios republicanos já advertiram o presidente que uma medida dessa natureza poderá constituir um grande problema em termos jurídicos.
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Entretanto, os investidores continuam também atentos à frente das conversações comerciais entre os EUA e a China, na esperança de que as duas partes consigam um entendimento até ao final do mês. E hoje surgiram sinais positivos.
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Ontem foram retomadas as conversações comerciais entre as duas maiores economias do mundo e esta terça-feira o secretário norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, e o Representante dos EUA para o Comércio, Robert Lighthizer, chegaram a Pequim em antecipação das negociações de alto nível agendadas para finais desta semana.
As cotadas mais sensíveis à evolução comercial – especialmente, neste caso, as que vão buscar boa parte das suas receitas às vendas para a China – estiveram a negociar em alta, com destaque para a Boeing, Caterpillar e 3M.
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Foi em inícios de dezembro passado, durante a cimeira do G20 em Buenos Aires (Argentina), que os dois países selaram uma trégua de 90 dias, entre 1 de dezembro e 1 de março, que suspende as taxas alfandegárias dos Estados Unidos sobre os produtos chineses e as sobretaxas impostas pela China a viaturas e peças automobilísticas fabricadas nos Estados Unidos.
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Entretanto, Trump admitiu hoje que, se os dois países estiverem próximos de um acordo, o prazo de 1 de março pode resvalar ligeiramente de forma a permitir que se feche esse entendimento.
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