Wall Street fecha mista. S&P 500 perde pelo terceiro mês consecutivo
Os principais índices norte-americanos despedem-se do mês de abril em território dividido, num dia em que a capacidade de Wall Street para resistir a uma enchente de más notícias no panorama económico foi testada. Durante o dia, houve dados que mostraram que a economia dos EUA está a ceder à pressão da guerra comercial iniciada pela Administração norte-americana, à medida que crescem as esperanças de que possíveis negociações entre Washington e Pequim possam vir a atenuar as barreiras ao comércio já impostas por ambas as partes.
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O S&P 500 ganhou 0,15% para os 5.569,06 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuou 0,09% para 17.446,34 pontos. Já o Dow Jones valorizou 0,35% para 40.669,36 pontos.
A maior economia mundial contraiu-se a uma taxa anualizada de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, marcando o primeiro declínio desde o primeiro trimestre de 2022. Um aumento de 41,3% nas importações contribuiu para a desaceleração, já que empresas e consumidores procuraram antecipar uma esperada subida dos custos após os anúncios de tarifas pela Administração Trump.
Quanto ao cenário laboral, as empresas privadas nos EUA acrescentaram 62 mil trabalhadores às suas folhas de pagamentos em abril, valor que ficou muito abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para a criação de 115 mil empregos no setor privado.
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Já o índice de preços das despesas pessoais de consumo (PCE) manteve-se inalterado em março, quando comparado com o mês anterior, em linha com as expectativas do mercado. Em termos homólogos, o crescimento cifrou-se em 2,3%, revelou esta quarta-feira o Gabinete de Análise Económica (BEA) norte-americano.
No plano comercial, a esperança de que as negociações entre Washington e Pequim se revelem construtivas reforçou o sentimento positivo junto dos investidores. Isto depois de terem sido conhecidas notícias de que os EUA estarão a contactar a China de forma proativa através de vários canais, procurando negociar os impostos sobre o comércio, de acordo com uma publicação da Yuyuantantian, uma conta Weibo afiliada à estação estatal chinesa China Central Television.
Ao mesmo tempo, vários investidores citados pela Bloomberg estão a apostar que a Reserva Federal (Fed) poderá flexibilizar as taxas diretoras de forma a evitar uma recessão.
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"Dados fracos podem acelerar os cortes da Fed", explicou à Bloomberg Fawad Razaqzada do City Index e Forex.com. "A Fed está agora mais propensa a intervir mais cedo com cortes nas taxas para apoiar uma economia em dificuldades, enquanto a fraqueza nos dados também pode encorajar Trump a aliviar as tarifas e fazer acordos mais rapidamente", acrescentou o especialista.
O mês de abril foi marcado por fortes oscilações no sentimento dos investidores e por uma elevada volatilidade nos índices, depois de a guerra comercial ter levado o S&P 500 a uma queda de quase 20% em relação ao seu recorde de fevereiro. Entretanto, o índice de referência já recuperou cerca de metade dessa queda, mas mesmo assim registou o terceiro mês consecutivo de perdas - a mais longa série desde outubro de 2023.
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