Wall Street pinta-se de verde. S&P 500 voltou a tocar máximos

Os principais índices encerraram em alta com o índice de referência S&P 500 a tocar máximos durante a sessão. Fracos dados económicos do lado de lá do Atlântico fizeram crescer as expectativas de cortes nas taxas de referência da Fed.
Wall Street volta a tocar máximos
AP
João Duarte Fernandes 26 de Junho de 2025 às 21:14

Os principais índices norte-americanos encerraram em nota alta esta quinta-feira. O novo impulso de Wall Street em direção a máximos históricos fez com que os investidores em ativos de risco deixassem de lado os recentes receios geopolíticos, na esperança de que um antecipado recomeço dos cortes nas taxas da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos (EUA) venha a alimentar positivamente as perspetivas das cotadas norte-americanas.

O S&P 500 avançou 0,80% para os 6.141,02 pontos, enquanto o Nasdaq Composite somou 0,97% para 20.167,91 pontos. Já o Dow Jones ganhou 0,94% para 43.386,84 pontos.

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Um “rally” de quase 10 biliões de dólares no S&P 500 desde que o índice esteve perto de entrar em "bear market" colocou o indicador acima do seu último máximo histórico, atingido em meados de fevereiro durante a sessão. Ainda assim, o índice não conseguiu terminar com um novo recorde.

“O mercado de ações está de volta aos máximos históricos à medida que várias incertezas começam a desaparecer”, disse à Bloomberg Paul Stanley, da Granite Bay Wealth Management. “O mercado está a apostar no progresso contínuo das negociações comerciais e o desanuviamento das tensões no Médio Oriente está a dar confiança aos investidores”, acrescentou o especialista.

Durante o dia, uma enchente de dados económicos do lado de lá do Atlântico foi analisada de perto pelos investidores. O défice comercial de mercadorias dos EUA aumentou inesperadamente em maio, devido à maior queda das exportações desde o início da pandemia, enquanto as importações pouco se alteraram. Já o produto interno bruto (PIB) do primeiro trimestre foi revisto em baixa e . Também as despesas de consumo aumentaram ao ritmo mais lento desde as fortes quedas de 2020, provocadas pela pandemia de Covid-19.

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Os fracos dados acabaram por suportar os ganhos dos índices, visto que com uma economia a dar sinais de desgaste, a Fed poderá ter de vir a flexibilizar as taxas diretoras mais cedo ou com cortes mais expressivos do que o antecipado.

Os investidores esperam agora que as autoridades monetárias reduzam as taxas em setembro - com dois cortes totalmente previstos até ao final do ano. A probabilidade de um corte de um quarto de ponto na próxima reunião dos decisores de política monetária subiu de zero para 20% e o montante de flexibilização esperado até ao final do ano saltou de 50 para 62 pontos base numa semana, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

“A economia está a abrandar, mas continua a ser resistente", defendeu Chris Larkin da Morgan Stanley. "Embora os números como um todo não sejam necessariamente um caso convincente para 'bulls’ ou ‘bears’, por enquanto, o mercado parece fixado na força da tecnologia e no potencial retorno do S&P 500 a níveis recordes”, acrescentou à Bloomberg.

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E embora seja encorajador ver os índices a voltar a negociar perto de máximos, ainda há muitas questões sobre qual será o próximo catalisador necessário para impulsionar o mercado ainda mais a partir daqui.

O chamado indicador de medo de Wall Street - o VIX - caiu para 16 pontos, depois de ter atingido um máximo de 52 pontos no auge da incerteza alimentada pelo anúncio de tarifas recíprocas por parte da Administração dos EUA em abril.

Entre os movimentos do mercado, os bancos destacaram-se pela positiva, depois de um analista veterano citado pela Bloomberg ter dito que, enquanto não houver uma recessão, as ações “vão continuar a jogar”. O Bank of America, por exemplo, fechou o dia a ganhar mais de 1%. Também o JP Morgan (+1,62%), o Citigroup (+2,10%) e o Wells Fargo (+1,07%) valorizaram.

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Quanto às “big tech”, a Nvidia subiu 0,55% e voltou a fechar em máximos, já acima dos 155 dólares por ação. Já a Alphabet subiu 1,71%, a Amazon valorizou 2,42%, a Microsoft avançou 1,05%, a Meta ganhou 2,46% e a Apple recuou 0,28%.

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