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Pessimismo toma conta de Wall Street. Receios económicos ultrapassam perspetiva de corte de juros

As bolsas norte-americanas terminaram a última sessão da semana em território negativo, isto depois de os dados do emprego terem levantado preocupações que ofuscaram o quase certo corte de juros da Reserva Federal.

Wall Street.
Wall Street. AP / Richard Drew
21:13

Os três príncipais índices norte-americanos fecharam a última sessão da semana com perdas, numa altura em que os investidores se questionam se a Reserva Federal (Fed) está atrasada no corte de juros. 

As questões levantaram-se após uma semana em que vários dados económicos espelharam um mercado laboral mais fraco nos EUA e esta sexta-feira os investidores tiveram mais uma confirmação.  muito aquém da previsão de 75 mil, segundo o Gabinete de Estatísticas Laborais (BLS na sigla em inglês). Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego subiu para 4,3%, o nível mais alto desde 2021.

A primeira reação do mercado foi positiva - o corte das taxas de juro pelo banco central na reunião de setembro está dado praticamente como certo -, mas a "nuvem negra" começou desde logo a pairar: vai a Fed demasiado tarde? O banco central poderá agora ter de se apressar nas flexibilizações monetárias para evitar mais um embate no mercado de trabalho, ao mesmo tempo que a inflação mostra sinais de persistência. As projeções, tanto da Bloomberg como da Reuters, apontam para três cortes nas taxas em 2025. 

Mas, a perspetiva de descida de juros não foi suficiente para animar os mercados. O S&P 500 perdeu 0,32% para 6.481,52 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite recuou 0,03% para 21.700,39 pontos. O industrial Dow Jones desceu 0,48% para 45.401,11 pontos. 

Para Bret Kenwell, da eToro, os investidores devem agir com cautela, já que há uma diferença entre um arrefecimento temporário no mercado de trabalho e uma recessão mais profunda e prejudicial nos EUA. "Esperar pelo primeiro e ignorar os riscos do segundo é território escorregadio", disse, à Bloomberg. "As ações têm-se mantido bem durante taxas mais altas e uma economia resiliente, mas essa resiliência pode desaparecer rapidamente se o mercado de trabalho mostrar fissuras, acrescentou. 

Já os analistas do JP Morgan dizem que o relatório da criação de emprego, divulgado esta sexta-feira, levantam mais questões sobre as perspetivas de crescimento económico do que as perspetivas da Fed, já que o corte de setembro é certo e o de outubro "está cada vez mais em jogo". 

Os economistas do Bank of America preveem agora dois cortes da entidade monetária este ano, um em setembro e outro em dezembro. 

Entre os principais movimentos de mercado, a Alphabet subiu mais de 1%

Já as ações da Nvidia perderam 2,7%, num momento em que a fabricante de "chips" corre o risco de perder a sua avaliação histórica de quatro biliões de dólares, após ter sido noticiado que a Broadcom está a ajudar a OpenAI a projetar e produzir um acelerador de inteligência artificial. 

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