Tecnológicas levam Wall Street a novos máximos. Nvidia dispara 5% e atinge recorde
Numa sessão em que o clube dos "four trillion dollar baby" chegou a ter três membros, as tecnológicas deram novo fôlego a Wall Street e os principais índices atingiram novos máximos históricos. A Nvidia foi a estrela da sessão, após uma série de novos acordos.
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Foi mais um dia de recordes em Wall Street. Depois de na sessão anterior as expectativas em torno de um acordo comercial entre China e EUA levaram os principais índices norte-americanos a máximos, esta terça-feira foi dia das tecnológicas renovarem o impulso - com a Microsoft, que voltou a entrar no clube dos "four trillion dollar baby", e a Nvidia, que disparou mais de 5%, a serem os principais destaques. A Apple também chegou a atingir pela primeira vez na história uma capitalização bolsista de quatro biliões de dólares, antes de reduzir os ganhos e ficar bastante próxima desse patamar.
O S&P 500 encerrou a sessão a ganhar 0,23% para 6.890,89 pontos, tendo fixado um novo máximo intradiário nos 6.911,30 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite acelerou 0,80% para 23.827,49 pontos, atingindo os 23.901,36 pontos pela primeira vez, enquanto o industrial Dow Jones valorizou 0,34% para 47.706,37 pontos - também com um novo recorde nos 47.943,16 pontos. Os investidores preparam-se agora para uma semana recheada de resultados das "Sete Magníficas" - as grandes empresas tecnológicas norte-americanas.
"O bom momento e os lucros estão a impulsionar o mercado para cima", explica Peter Cardillo, economista-chefe de mercado da Spartan Capital Securities, à Reuters, acrescentando que também há um grande "entusiasmo em relação à viagem de [Donald] Trump à Ásia", onde o Presidente dos EUA vai se encontrar com Xi Jinping, líder da China. "É claro que estamos à espera das grandes ações de tecnologia", acrescentou.
Os investidores vão estar especialmente atentos aos resultados dos grandes investimentos destas empresas em inteligência artificial, numa altura em que, apesar do crescimento dos receios de que possam estar a viver numa "bolha", as ações ligadas a esta tecnologia continuam a crescer de forma desenfreada e a renovar máximos históricos.
O maior exemplo desta tendência é a Nvidia. A fabricante de semicondutores acelerou 4,98% para 201,03 dólares só nesta sessão, tendo chegado a cotar nos 203,15 dólares - um novo recorde. A impulsionar os títulos da empresa estiveram as notícias de um investimento de mil milhões de dólares na Nokia para o desenvolvimento de tecnologia em rede de inteligência artificial, para além de um novo acordo da gigante dos "chips" com o Departamento de Energia norte-americano, que pressupõe a construção de sete supercomputadores. A empresa anunciou ainda que as encomendas pelos seus semicondutores chegam aos 500 mil milhões de dólares.
Também a Microsoft esteve no radar dos investidores, isto depois de ter assinado um acordo com a OpenAI que lhe confere uma participação de 27% na dona do ChatGPT. A particpação está avaliada em 135 mil milhões de dólares e, além de conseguir entrar no capital da tecnológica, a empresa fundada por Bill Gates terá ainda acesso à tecnologia da "startup" pelos próximos sete anos (até 2032). As ações da empresa fundada por Bill Gates cresceram 1,98% para 542,07 dólares, ficando muito próximas dos máximos históricos de 555,45 dólares.
Por sua vez, a Apple acabou a sessão com uma valorização muito modesta, de apenas 0,07% para 269 dólares, embora tenha conseguido ultrapassar o nível dos quatro biliões de dólares em capitalização bolsista. A empresa da maçã apresenta resultados esta quinta-feira, numa semana em que a Microsoft, a Alphabet, a Amazon e a Meta também prestam contas ao mercado.
Com a "earnings season" a avançar a toda a força, as empresas têm-se mostrado bastante resilientes ao clima de incerteza, principalmente a nível comercial, que os EUA enfrentaram no terceiro trimestre. De acordo com dados da LSEG, citados pela Reuters, os analistas esperam que os lucros das cotadas que compõe o S&P 500 acelerem 10,5% em comparação com o mesmo período do ano passado - uma revisão em alta dos 8,8% previstos no arranque do mês.
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