Wall Street "ignora" fracos dados económicos e fecha com ganhos
Os investidores pareceram olhar para lá dos dados económicos fracos e levaram os principais índices a registar ganhos. Os planos de alívio das tarifas sobre os automóveis atenuaram as preocupações quanto à guerra comercial em curso.
Os principais índices dos Estados Unidos (EUA) encerraram a sessão desta terça-feira em terreno positivo, enquanto os investidores parecem apostar que as empresas norte-americanas irão resistir ao abrandamento do crescimento económico e às perturbações provocadas pelas tarifas.
O S&P 500 subiu 0,58% para os 5.560,83 pontos, enquanto o Nasdaq Composite ganhou 0,55% para 17.461,32 pontos. Já o Dow Jones valorizou 0,75% para 40.527,62 pontos.
Durante o dia de hoje, os investidores pareceram olhar para além de valores que mostraram uma diminuição da confiança do consumidor nos EUA - que caiu para valores da pandemia - e fracos dados do mercado de trabalho. Para além disso, o défice comercial de bens do país aumentou de forma acentuada para 162 mil milhões de dólares em março de 2025 - o maior de sempre -, e acima do consenso do mercado que apontava para um défice de 146 mil milhões de dólares, de acordo com dados preliminares citados pela Trading Economics. Os números avançados põem em causa a eficiência das políticas protecionistas assumidas pela Administração Trump.
Ainda assim, o S&P 500 registou o seu melhor avanço em seis dias consecutivos desde março de 2022 - com o indicador a subir cerca de 8%.
Mas a maior economia mundial ainda não está perto de acalmar a ansiedade dos investidores no que toca ao seu desempenho. Na mais recente reviravolta na sua estratégia comercial, foram noticiados planos do Presidente dos EUA para atenuar o impacto das tarifas aplicadas sobre a importação de automóveis, impedindo que as taxas sobre os veículos fabricados no estrangeiro se acumulem com outras taxas – nomeadamente sobre o aço e alumínio. A posição diminui igualmente os encargos sobre a importação de peças provenientes do estrangeiro utilizadas para fabricar veículos nos EUA.
"Acabámos com o pico da incerteza no que respeita às tarifas", disse em entrevista à Bloomberg Larry Adam, da Raymond James. "Mas penso que estamos a aproximar-nos do pico da incerteza para a economia", ressalvou o especialista na mesma entrevista.
Para já, uma época de resultados robusta tem impulsionado o posicionamento dos investidores junto de ações norte-americanas.
Entre os movimentos de mercado, a PayPal ganhou mais de 2%, depois de ter mantido inalterada a sua previsão de lucros para o conjunto do ano, mesmo depois de ter registado um primeiro trimestre mais forte do que os analistas esperavam, citando a "incerteza no ambiente macroeconómico global". Já a farmacêutica Pfizer ganhou mais de 3%, após anunciar que espera realizar dois ou três negócios no valor total de 15 mil milhões de dólares ainda no decorrer deste ano.
Quanto às "big tech", a Alphabet cedeu 0,22%, a Nvidia subiu 0,27%, a Microsoft avançou 0,74%, a Meta valorizou 0,85%, a Amazon perdeu 0,17% e a Apple ganhou 0,51%.
Notícia atualizada com mais informação às 21:19
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