Moeda digital da China tem Alibaba e Tencent na mira

A moeda começou a ser testada em maio deste ano, em várias cidades do país, e pretende diminuir o domínio das duas gigantes chinesas nos sistemas de pagamentos digitais.
Gonçalo Almeida 05 de Agosto de 2020 às 11:56

A moeda digital lançada pela China, em maio deste ano, está numa fase avançada de testes e o Banco Popular da China espera que, quando se tornar operacional em todo o país, tire o protagonismo às duas gigantes Alibaba e Tencent nos pagamentos digitais no país, de acordo com o Financial Times, que cita fontes próximas do banco central. 

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Segundo os dados da chinesa iResearch, a Alipay tinha 55,4% de quota de mercado nos pagamentos digitais na China, no primeiro trimestre deste ano. A mesma empresa de análise estima que este tipo de pagamentos ascenda a 19,9 biliões de dólares em 2020, na China. 

Batizada de e-RMB, nome dado à versão digital do renmibi, a moeda digital começou a ser testada em quatro cidades chinesas em maio deste ano: Shenzhen, Suzhou, Chengdu e Xiong’na, assim como noutras áreas que vão receber os Jogos Olímpicos de inverno de 2022.

A moeda tem vindo a ser preparada há vários anos. Foi anunciada em agosto de 2019, mas só agora é que o governo chinês viu, no decurso da pandemia, uma boa oportunidade para a lançar. Um "timing" que foi elogiado por Paulo Duarte, professor convidado da Universidade do Minho, que disse na altura do seu lançamento ao Negócios que este é "um passo natural e que vinha a ser preparado há muito tempo".

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O banco central da China escreveu, numa nota divulgada pelo China Diary, que a moeda dá uma "alternativa funcional ao sistema de liquidação do dólar e atenua o impacto de quaisquer sanções ou ameaças de exclusão por parte de outros países".

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