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Euro acima de 1,20 dólares seria "complicado", avisa de Guindos

Vários governadores de bancos centrais nacionais defendem a monitorização da taxa de câmbio. O vice-presidente do BCE diz que, para já, não é problemático, mas deixou alertas.

Luis de Guindos, vice-presidente do BCE
Luis de Guindos, vice-presidente do BCE D.R.
01 de Julho de 2025 às 11:21

Com uma valorização superior a 13% no primeiro semestre do ano (em nenhum mês caiu face à nota verde), e negoceia em torno de 1,1768 dólares, o nível mais alto desde setembro de 2021. Para já, o valor é "aceitável", mas poderá vir a ser problemático, como alerta o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos.

“Penso que 1,17 dólares, ou mesmo 1,20 dólares, não é nada. Podemos ignorá-lo um pouco. Algo além disso seria muito mais complicado. Mas 1,20 dólares é perfeitamente aceitável”, disse o responsável espanhol, em entrevista à Bloomberg TV, à margem do fórum anual do BCE, em Sintra.

O banco central tende a não comentar a cotação do euro já que não tem uma taxa de câmbio específica, limitando-se a dizer que este é um fator que influencia as decisões de política monetária. “Tomamos em conta o nível e a evolução da taxa de câmbio e incorporamos o nível da taxa de câmbio nas nossas projeções. É algo que estamos a monitorizar e a observar, mas não temos como meta nenhum nível concreto da taxa de câmbio”, sublinhou.

O euro tem vindo a beneficiar da queda do dólar especialmente desde o início da guerra comercial. Além disso, – reduziu a taxa dos fundos federais em 100 pontos-base (um ponto percentual) no ano passado, mas este ano ainda não procedeu a mexidas - ao contrário do BCE.

Numa outra entrevista à Bloomberg, o governador da Letónia, reconheceu igualmente que o “outlook” para a inflação vai ser influenciado pelo câmbio. “Se o euro se apreciar significativamente ainda mais, pesará sobre a inflação e as exportações, o que poderia inclinar a balança para outro corte”, afirmou.

Gediminas Simkus, da Lituânia, concorda que o reforço do euro deve ser acompanhado: "Em termos históricos, a taxa de câmbio não está fora do normal, mas o ritmo do movimento significa que temos de levá-lo a sério", afirmou à Bloomberg.

Em contrapartida, o presidente do Bundesbank alemão, Joachim Nagel, mostrou-se mais otimista, destacando que a moeda única está a ser negociada perto da sua média de longo prazo. "Não está excepcionalmente alta, por isso, para mim, não é um problema", disse Nagel à Bloomberg TV. "Mas, como banqueiros centrais, temos de analisar a situação", acrescentou.

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