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Governo assegura que Portugal não vai perder fundos europeus em ano de "guilhotina"

Ministro Castro Almeida diz que "já é possível garantir" que todos os programas do PT2030 vão cumprir regra que obriga a uma taxa de execução mínima. País escapa assim à perda de fundos europeus. Ministro defendeu ainda que o país tem de "direcionar mais os fundos para o rendimento das pessoas".

Manuel Castro Almeida discursou no encerramento da segunda Mostra dos Fundos Europeus, em Coimbra.
Manuel Castro Almeida discursou no encerramento da segunda Mostra dos Fundos Europeus, em Coimbra. Tiago Petinga/Lusa
20:21

O Governo garantiu esta sexta-feira que Portugal irá cumprir "regra da guilhotina" este ano e evitar a perda de fundos europeus do Portugal 2030. "Já é possível garantir que todas as autoridades de gestão vão cumprir a regra", referiu o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, no encerramento da segunda Mostra dos Fundos Europeus, em Coimbra.

Em causa está o , que obriga todos os Estados-membros a cumprirem uma execução, em cada programa operacional, que divida a sua dotação total por sete (o número de anos de programação dos quadros comunitários). Essa regra vai começar a aplicar-se este ano, ou seja, dois anos depois de se ter iniciado o período de programação de atual quadro comunitário (2021-2027).

Manuel Castro Almeida destacou que o cumprimento desta regra "não foi fácil", apontando o dedo ao "atraso" com que foram lançados os primeiros avisos do PT2030. Até há pouco tempo, o , que visa apoiar as empresas, a inovação e a transição digital. , esse programa contava com uma execução de apenas 1,3%, mas entretanto conseguiu melhorar o seu desempenho para evitar perder fundos.

Para garantir que o país não perdia fundos, o , que foi entregue no final de outubro à Comissão Europeia. Essa reprogramação visou dar resposta às , nomeadamente a defesa, habitação e competitividade.

Numa intervenção diante de várias entidades gestoras de fundos, autarcas e beneficiários públicos e privados, o ministro defendeu que o país tem de "direcionar mais os fundos para o rendimento das pessoas". Para tal, considera que deve procurar canalizar-se os fundos europeus para "empresas mais competitivas e fazendo crescer a economia", em vez de se dar ênfase apenas à aposta em equipamentos e infraestruturas. "Precisamos de dar o salto, mas esse salto está a ser lento", destacou.

Em 30 anos e com cerca de 180 mil milhões de euros em fundos europeus recebidos, Manuel Castro Almeida lamentou que o país tenha apenas melhorado "um ponto percentual" na convergência com o PIB per capita da União Europeia (UE). "Não podemos fazer de conta que está tudo bem porque não está", frisou, lembrando que "houve uma década entre 1985 e 1995, melhoramos 12 pontos percentuais" e que o país precisa de ser "mais criterioso" com os projetos que são apoiados. 

Confiante de que Portugal tem capacidade para voltar a atingir um nível de convergência dessa dimensão com os fundos europeus a que tem acesso, Manuel Castro Almeida deixou uma nota mais pessoal: "Não queria morrer sem ver Portugal nos 100% do PIB per capita". No dia em que o país conseguir esse feito, garantiu que irá abrir uma garrafa de champanhe para comemorar.

O governante apelou ainda às entidades gestoras de fundos para a necessidade de tornar a linguagem "mais acessível". "A linguagem é equívoca, enigmática e quase que é preciso um manual para a perceber", disse. A redução da burocracia é outra necessidade premente, segundo o ministro, já que as entidades perdem, por vezes, documentos às candidaturas que são "desnecessários". "Na dúvida sobre se são imprescindíveis ou não, não peçam", sugeriu.

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