Depósitos das famílias com maior queda desde 1979. Crédito à habitação desacelera pelo sexto mês

De acordo com o Banco de Portugal, os depósitos das famílias totalizaram 179,9 mil milhões de euros, menos 2,5 mil milhões do que em dezembro. Já os empréstimos desceram pelo sexto mês consecutivo.
Banco de Portugal
João Santos
Diogo Mendo Fernandes 27 de Fevereiro de 2023 às 11:33

As poupanças das famílias nos bancos diminuíram em janeiro, naquela que foi a maior redução de depósitos de particulares num só mês desde o início da série do Banco de Portugal, em 1979. Ao mesmo tempo, o crédito à habitação concedido abrandou pelo sexto mês consecutivo.

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"Em janeiro de 2023, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes reduziu 2,5 mil milhões de euros", revela o relatório divulgado esta segunda-feira pelo Banco de Portugal. Tal acontece num mês "em que as subscrições líquidas de certificados de aforro aumentaram 2,9 mil milhões de euros".

Janeiro deste ano foi o terceiro mês de abrandamento dos depósitos, que passou de 7% em outubro do ano passado, para 5,8% em novembro, 5,4% em dezembro e 3,7% em janeiro.

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No caso das empresas, os depósitos desceram 1,4 mil milhões de euros em relação a dezembro do ano passado, para 65,9 mil milhões de euros e registaram um crescimento de 9,1% relativamente ao mesmo mês do ano passado.

Relativamente ao crédito, o montante total de empréstimos para habitação foi de 100 mil milhões de euros no final de janeiro, uma queda de 200 milhões de euros face ao registado em dezembro. "A concessão destes empréstimos continuou a desacelerar pelo sexto mês consecutivo: a taxa de variação anual passou de 4,8% em julho de 2022 para 3,1% em janeiro de 2023", refere o Banco de Portugal.

Os empréstimos ao consumo totalizavam 20,5 mil milhões de euros, o que reflete um crescimento de 4,5% relativamente a janeiro de 2022.

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Por último, o montante de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas foi de 74,8 mil milhões de euros, o que representa uma redução de 500 milhões de euros face ao registado em dezembro, uma quebra que acontece desde o início de 2021. No primeiro mês do ano a taxa de crescimento foi de -0,1%, a primeira negativa desde abril de 2019.

"A redução dos empréstimos foi mais expressiva nas grandes e médias empresas e nos setores da eletricidade, gás e água e do alojamento e restauração. Pelo contrário, aceleraram os empréstimos concedidos às empresas das atividades imobiliárias", especifica o BdP.

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