Clientes de elevado património do Santander com contas na Suíça vão poder negociar cripto

A antecipação da regulação suíça ao resto do mundo justifica este passo dado de forma isolada nesta jurisdição, de acordo com o Santander. O serviço está incluindo no segmento de "private banking" e destina-se a bitcoin e ethereum, ainda que o banco abra a porta a outros criptoativos.
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Kacper Pempel / Reuters
Fábio Carvalho da Silva 20 de Novembro de 2023 às 13:57

O Santander vai passar a incluir no seu serviço de "private banking" os criptoativos, em concreto bitcoin e ethereum, ainda que sempre sob solicitação dos clientes.

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Os ativos estão apenas disponíveis para contas abertas na Suíça, segundo um comunicado interno do Santander Private Banking International, citado pelo site CoinDesk.

O serviço apenas é prestado se o cliente o solicitar e permite a negociação e custódia de bitcoin e ethereum. Segundo a CoinDesk, o banco pretende avançar com a negociação e custódia de outros criptoativos, desde que estes cumpram os padrões da instituição financeira.

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Contactado pela CoinDesk, o Santander esclarece que este passo é dado na segurança da regulação suíça. "A regulação suíça relacionada com ativos digitais é uma das primeiras e mais avançadas do mundo, pois fornece clareza e um ambiente regulatório abrangente para os nossos clientes", defende John Whelan, responsável pelo departamento de ativos digitais do Santander.

"À medida que a detenção de criptomoedas como uma classe de ativos alternativa continua a crescer, esperamos que os nossos clientes prefiram confiar nas suas instituições financeiras, para que estas sejam reponsáveis pelos seus ativos", acrescenta.

Sendo este um serviço de "private banking", é por isso destinado a indivíduos com elevado património.

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Esta não é a primeira vez que o Santander abraça o universo da blockchain. Em março do ano passado, a subsidiária do Santander na Argentina anunciou a criação de um novo empréstimo para agricultores que recorre ao regime DeFi. Estes empréstimos são colateralizados por criptoativos, neste caso "agrotokens" - stablecoins cuja cotação está dependente da cotação de determinadas matérias-primas agrícolas no mercado internacional.

Cada vez mais, a banca se virá para este mercado. Em Wall Street, há vários bancos como o Goldman Sachs, que já oferecem a negociação de derivados sobre cripto. Por cá, o caminho faz-se a um ritmo mais lento e com tom exploratório.

O BPI construiu um centro de inovação para estudar estes temas liderado por Afonso Eça e o BCP detém um departamento focado tanto em criptoativos como em sustentabilidade, liderado por José Maria Brandão de Brito, que acumula funções com o cargo de economista-chefe do banco.

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