Drogas e pirataria informática: Binance acusada de ser um habitat de criminosos

Entre 2017 e 2021 foram alegadamente lavados na Binance, ainda que sem o conhecimento da plataforma, 2,35 mil milhões de dólares "arrecadados com venda de drogas, hacking e fraudes".
criptomoedas
Negócios 13 de Junho de 2022 às 18:00

Em setembro de 2020, um grupo de hackers norte-coreanos, conhecido como "Lazarus", invadiu uma exchange cripto da Eslováquia, a Eterbase, e roubou 5,4 milhões de dólares. Mais tarde, Washington acusou o grupo de financiar o programa de armas nucleares da Coreia do Norte.

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Uma investigação realizada pela Reuters concluiu que horas depois os piratas informáticos abriram, alegadamente, várias contas na maior plataforma cripto do mundo, a Binance. O objetivo era converter o dinheiro em criptomoedas privadas, como é o caso da monero.

"A Binance não tinha ideia de quem estava a movimentar o dinheiro devido ao facto das contas serem anónimas", explicou à agência britânica um dos fundadores da Eterbase, Robert Auxt. Até hoje a plataforma não conseguiu reaver o dinheiro.

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A investigação descobriu que alegadamente a Binance foi utilizada como plataforma de lavagem de dinheiro entre 2017 e 2021. Ao todo foram lavados 2,35 mil milhões de dólares "arrecadados com venda de drogas, hacking e fraudes".

Como a Reuters noticiou em janeiro, a Binance manteve durante muito tempo baixos controlos sobre lavagem de dinheiro, situação que mudou meados de 2021.

A análise da Reuters dos dados fornecidos pela consultora Crystal Blockchain à agência britânica concluiu que, entre 2017 e 2022, vários os compradores e vendedores presentes no maior mercado de drogas darkweb do mundo, um site em língua russa chamado Hydra, utilizaram a Binance para fazer e receber pagamentos cripto que em conjunto perfizeram um montante de 780 milhões de dólares. 

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Com cerca de 120 milhões de utilizadores em todo o mundo, a Binance processa negociações de milhares de dólares por mês. Confrontada pela Reuters a maior plataforma cripto do mundo afirmou que os números noticiados estão "extremamente desatualizados" e recordou que desde agosto do ano passado que pede vários dados que revelam e confirmam a identidade dos seus clientes.

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