S&P 500 acolhe as cripto e passa a integrar a Coinbase. Ações disparam 15%

A plataforma de negociação de criptomoedas será a primeira empresa do setor a juntar-se ao principal índice norte-americano. É mais um passo para uma adoção institucional da indústria.
Richard Drew / AP
Ricardo Jesus Silva 13 de Maio de 2025 às 15:17

Com a indústria dos criptoativos a ganhar cada vez mais espaço institucional nos EUA, a Coinbase vai tornar-se a primeira empresa do setor a fazer parte do S&P 500 - o principal índice norte-americano. A plataforma de negociação de criptomoedas vai substituir a prestadora de serviços financeiros Discover Financial no grupo seleto de cotadas que constam neste "benchmark", depois de a última ter sido adquirida pela Capital One. 

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A entrada só acontece no início da próxima semana, a 19 de maio, mas os investidores já se encontram a reagir a este anúncio. A esta hora, a Coinbase dispara mais de 15% para 239,46 dólares e atinge máximos de dois meses - um crescimento que pode não ficar por aqui. 

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Os analistas do banco de investimento Oppenheimer, numa nota acedida pela Reuters, acreditam que esta inclusão no S&P 500 "vai beneficiar a Coinbase no curto-prazo com os investidores institucionais a prepararem-se para entrar nas ações" da empresa. As boas perspetivas levaram o banco a rever em alta o preço-alvo da plataforma de negociação de criptomoedas para 293 dólares. 

Apesar dos ganhos substanciais desta sessão, a Coinbase continua com um saldo negativo no ano. A empresa viu as suas receitas caírem 10% nos primeiros três meses deste ano face ao trimestre anterior, uma queda explicada pelo período turbulento que a bitcoin e o restante setor dos criptoativos viveu no início de 2025. 

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No entanto, com a bitcoin a recuperar no atual trimestre e a voltar a negociar acima da fasquia dos 100 mil dólares, os analistas estão bastante otimistas em relação ao desempenho da Coinbase em bolsa. De acordo com a Reuters, a plataforma tem tentado estabelecer-se fora do mercado norte-americano e procurado diversificar a sua base de investidores institucionais.

Para trás, ficaram planos de replicar a estratégia da Strategy - a empresa norte-americana conhecida como a "arca do tesouro" da bitcoin e que já acumula mais de 2,5% dos ativos existentes. Em entrevista à Bloomberg na passada sexta-feira, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, revelou que a plataforma chegou a considerar, nos seus primórdios, investir uma grande parte do seu capital na criptomoeda mais popular do mundo, mas acabou por não o fazer com medo de "matar a empresa". 

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