Bitcoin soma novo recorde e ultrapassa os 123 mil dólares
A crescente adoção institucional, aliada a um maior apoio da administração norte-americana, está a dar gás à bitcoin. Recordes acontecem em semana crítica para o setor nos EUA.
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Após uma semana de recordes consecutivos, o "rally" da bitcoin não parece conhecer travões e a criptomoeda mais famosa do mundo voltou a bater máximos históricos. Esta segunda-feira, a bitcoin ultrapassou a marca dos 123 mil dólares pela primeira vez, numa altura em que cresce o otimismo em torno do setor, com os EUA a prepararem-se para votar uma série de projetos legislativos que devem levar a um aprofundamento dos criptoativos nos mercados financeiros – uma semana que está a ser apelidada pela maioria republicana da Câmara dos Representantes de "crypto week".
A bitcoin chegou a crescer 3,42% para 123.205,09 dólares, tendo, entretanto, reduzido ligeiramente os ganhos para 2,39% para 121.979,30 dólares. As mais recentes sessões têm-se provado bastante positivas para a criptomoeda, após vários meses a negociar num intervalo limitado, com os investidores céticos em relação até onde a bitcoin poderia chegar. O ano até arrancou de forma bastante positiva para este ativo digital, com as valorizações ligadas à eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, mas a agenda económica e fiscal do republicano lançou dúvidas sobre a concretização das suas promessas em torno do setor.
“Esta mudança sinaliza uma perspetiva de amadurecimento da bitcoin. Já não é apenas um ativo especulativo, mas funciona agora como uma forma de cobertura em relação a alterações macro e uma reserva de valor”, explica George Mandres, analista da XBTO Trading LLC, à Bloomberg. “Um aumento no sentimento de risco em todas as ações, juntamente com entradas institucionais significativas em ETF [fundos negociados em bolsa] com exposição à bitcoin e à ethereum, alimentou esta ascensão constante" nas últimas semanas, conclui Mandres.
Desde o início do ano, a bitcoin já valorizou mais de 30%, depois de ter mais do que duplicado o seu valor em 2024. O crescimento deste ativo no primeiro semestre contrastou com uma queda generalizada das restantes criptomoedas, com 18 das 25 maiores moedas digitais a terminaram os primeiros seis meses do ano com um saldo negativo. Sete delas viram mesmo o seu valor cortado a meio.
Durante a campanha eleitoral, Donald Trump prometeu fazer dos EUA a "capital dos criptoativos", em contraste com a posição mais agressiva e contraditória da administração Biden. Desde que tomou posse, o Presidente norte-americano tem se aproximado cada vez mais do setor, tanto em termos políticos, como através do empreendimento de novos negócios - o que lhe tem valido críticas de conflitos de interesse por parte dos democratas e alguns republicanos.
A influência política do setor na Casa Branca tem crescido a olhos vistos e é percetível na nova administração Trump - que até criou um Czar das criptomoedas - e na forma como a Securities and Exchange Commission (SEC) tem encarado a indústria. Paul Atkins, o novo presidente do regulador norte-americano, é um entusiasta dos ativos digitais e tem deixado a sua marca nas decisões da entidade, tendo a mesma já deixado cair vários processos contra uma série de corretoras e empresas ligadas às cripto.
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