CMVM: Os fatores que lideram as preocupações em 2022
O Risk Outlook 2022 da CMVM divide os riscos para este ano em três categorias.
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Inflação e bancos centrais pressionam O Risk Outlook 2022 da CMVM divide os riscos para este ano em três categorias, começando pelos riscos de mercado. Neste contexto, o supervisor lembra que as ações estão em níveis historicamente elevados, com o impulso da política monetária adotada e das intervenções dos governos. No entanto, são “cada vez mais fortes os sinais de inversão” dos bancos centrais. Se as taxas de juro aumentarem mais cedo e mais que o previsto, as “yields” das dívidas vão subir, avisa, dizendo que o aumento das expetativas inflacionistas poderá conduzir a uma atuação antecipada. Aumentos da inflação e das taxas de juro poderão “desacelerar o ritmo de ganhos no mercado acionista, e a excessiva alavancagem de alguns investidores poderá exacerbar possíveis correções dos preços das ações”, acrescenta. Fraude e cibercrime proliferam online Os riscos associados à digitalização nos mercados financeiros são vastos. Apesar de sublinhar os benefícios da digitalização tanto para a conveniência dos investidores como para o negócio dos intermediários financeiros, a CMVM alerta para o risco de fraude e cibercrime. “O incremento da incidência e da escala de ataques de ransomware amplifica o risco de roubo de identidade e de controlo indevido das contas dos investidores”, diz o supervisor. Apesar de estes estarem fora do seu quadro regulamentar, a CMVM alerta igualmente que ativos “alternativos” como os criptoativos têm vindo a aumentar a relevância, “o que poderá originar novas fontes de risco para o sistema financeiro”, sublinhando o “crescente interesse” de investidores institucionais em criptoativos e serviços relacionados. “Greenwashing” ameaça onda ESG Os riscos ESG incluem os associados às externalidades negativas que a atividade humana tem no ambiente (E), na sociedade (S) e na governação das empresas (G), e que não estão devidamente refletidas nos mercados financeiros. Aqui, uma das principais preocupações é o risco de um produto reportar que tem determinadas características, quando não se verifica, ou seja: greenwashing. “Não é fácil eliminar completamente este risco”, diz a CMVM, ressalvando que o reporte ainda não está padronizado, o que pode dificultar a perceção e compreensão pelos investidores. “Um entrave à correta mitigação dos riscos ESG é a ausência de conhecimento sobre finanças sustentáveis”, critica, apontando “lacunas no conhecimento e na operacionalização dos elementos ESG nas decisões financeiras”.
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