Cotadas vão a Wall Street mostrar que não são portuguesas
Empresas querem aproveitar a visita à bolsa de Nova Iorque para salientar reduzida dependência de Portugal.
A bolsa de Nova Iorque recebe hoje as maiores empresas do mercado nacional, em mais uma edição do "Portuguese Day". As cotadas do PSI-20 vão estar na maior "montra" mundial, num momento conturbado para Portugal. Afastarem-se do risco percepcionado sobre o País será um dos objectivos desta visita aos EUA.
Portugal tem estado no centro das atenções, e não pelos melhores motivos. A intervenção externa será, por isso, um dos "temas quentes" em Wall Street, sendo este evento uma oportunidade para esclarecer os investidores norte-americanos sobre os pormenores do pacote de ajuda externa e o caminho que o País irá percorrer nos próximos anos. "O pacote de ajuda externa deverá reposicionar Portugal na senda de um crescimento económico mais sustentável. Este período deve ser interpretado como uma oportunidade para se voltar a crescer mais, mas, essencialmente, melhor", diz Manuel Ferreira da Silva, administrador executivo do BPI
Portugal tem estado no centro das atenções, e não pelos melhores motivos. A intervenção externa será, por isso, um dos "temas quentes" em Wall Street, sendo este evento uma oportunidade para esclarecer os investidores norte-americanos sobre os pormenores do pacote de ajuda externa e o caminho que o País irá percorrer nos próximos anos.
Ao Negócios, o também CEO do Banco Português de Investimento salienta que "as empresas portuguesas são mais que a economia portuguesa. Os principais exemplos de sucesso de empresas portuguesas apresentam vendas e negócios dentro e fora de Portugal. Também é essa imagem de sucesso empresarial que importa enaltecer". Afastar a imagem negativa do País das empresas da bolsa parece ser o caminho. Das várias cotadas contactadas pelo Negócios, quase todas sublinharam que estarão em Nova Iorque para mostrar que não dependem do País. São, cada vez mais, empresas com exposição global.
Ao Negócios, o também CEO do Banco Português de Investimento salienta que "as empresas portuguesas são mais que a economia portuguesa. Os principais exemplos de sucesso de empresas portuguesas apresentam vendas e negócios dentro e fora de Portugal. Também é essa imagem de sucesso empresarial que importa enaltecer".
"As cotadas portuguesas têm fortes estratégias tanto no mercado nacional como internacional", diz Cláudia Falcão, responsável pelas relações com investidores da Jerónimo Martins. A retalhista centrará a mensagem "na sua estratégia, focada no crescimento na Polónia".
Já a Galp Energia vai sublinhar o facto de ser "uma empresa empenhada num projecto de transformação que assegura um crescimento acelerado e com elevada rentabilidade nos próximos anos. Este projecto centra-se na exploração e produção de petróleo no Brasil". "A execução não depende da conjuntura económica em Portugal", diz a petrolífera. "Vamos passar uma mensagem de prudência mas também de algum optimismo, uma vez que a Mota-Engil é uma empresa com um elevado grau de diversificação geográfica, em mercados emergentes", diz a construtora liderada por Jorge Coelho.
Já a Galp Energia vai sublinhar o facto de ser "uma empresa empenhada num projecto de transformação que assegura um crescimento acelerado e com elevada rentabilidade nos próximos anos. Este projecto centra-se na exploração e produção de petróleo no Brasil". "A execução não depende da conjuntura económica em Portugal", diz a petrolífera.
O "lema" está definido. E será esse que será transmitido pelos responsáveis de 14 das 20 cotadas do principal índice da bolsa de Lisboa nas muitas reuniões que terão lugar no âmbito do "Portuguese Day". "Estão agendadas cerca de 130 reuniões", revelou o BPI, ao Negócios.
"Para algumas das empresas, este dia será o ponto de partida de "roadshows" que se prolongam por outras cidades dos EUA", acrescentou Manuel Ferreira da Silva. Uma delas é a Brisa. "Vamos estar presentes numa conferência da Macquarie. Juntámos os dois eventos".
O responsável pelas relações com os investidores da Brisa, Luís d´Eça Pinheiro, tem "uma agenda bastante preenchida. Há interesse dos investidores nos activos portugueses devido à sua forte desvalorização". Este apetite será utilizado pela REN. "A intenção de privatizar totalmente a REN aumenta a curiosidade dos investidores", diz a "investor relations", Ana Fernandes.
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