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O que querem os partidos para a poupança? "O que vemos para o futuro não é muito interessante"

José Santiago Gavino lamenta que os principais partidos não olhem para a poupança como um tema central nestas legislativas. No entanto, vê nas propostas da AD e IL uma solução aliciante para "levar as pessoas a investir".

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16 de Maio de 2025 às 12:26

Com a campanha para as legislativas na reta final, o tema da poupança parece ter escapado, em grande medida, às preocupações das forças políticas com assento parlamentar. Apesar de os maiores partidos até apresentarem propostas para melhorar alguns indicadores num campo em que Portugal tem ficado na cauda da Europa, "o que vemos para o futuro não é muito interesante", caracteriza José Santiago Gavino, especialista em finanças pessoais, em entrevista ao Negócios no NOW. 

pena que não haja mais propostas, mais intenções de olhar para este tema" por parte das forças políticas, afirma ainda. Olhando para as poucas soluções apresentadas pelos principais partidos políticos portugueses, José Santiago Gavino vê algumas propostas aliciantes e outras "pouco interessantes". 

Exemplo da primeira é a isenção de impostos nas contas-poupança - uma medida apresentada pela Aliança Democrática (AD) e pela Iniciativa Liberal (IL), com inspiração nos EUA e no Reino Unido. "Parece-me [uma proposta] interessante porque leva as pessoas a investir. Tem vantagens no momento do investimento, no momento do resgate ou até mesmo em potenciais ganhos futuros", explica o especialista em finanças pessoais. 

A medida contrasta com as propostas "pouco interessantes" do Partidos Socialista (PS) e do Livre, como descreve José Santiago Gavino. Apesar de divergirem no valor inicial alocado, os dois partidos querem criar um "pé-de-meia" para todas as crianças nascidas em Portugal a partir do próximo ano - com retroatividade para este ano -, que fique a render juros e possa ser resgatado a partir de determinada idade. 

"Seria mais interessante se olhássemos para o longo prazo com mais risco. Temos de olhar, por exemplo, para as ações norte-americanas. Os 500 euros [que o PS propõe como dotação inicial deste 'pé-de-meia'] valeriam quase 3.000 euros a dezoito anos", completa, adicionando que o valor contrasta de forma significativa com o rendimento de 200 euros que se esperaria com a medida proposta pelo partido liderado por Pedro Nuno Santos. 

Para o especialista em finanças públicas, a revisão da tributação é aliada de maiores investimentos, mas é também preciso olhar para a literacia financeira. "É preciso mais informação para que as pessoas percebam que se eu investir em ações durante dez anos, não tem sido difícil ganhar algum dinheiro. Já se for a dois meses, não é um investimento - é uma aposta", conclui. 

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