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"Estamos a ver a Woo a crescer, mas isso tem impacto nas contas", diz Miguel Almeida

A Nos admite que não vai dar espaço à Digi para crescer, mas isso faz-se sentir nas contas quando a operadora aposta na marca Woo, mais acessível aos clientes. "Progressivamente temos mais clientes neste segmento", diz Miguel Almeida.

miguel almeida nos
miguel almeida nos Miguel Baltazar
28 de Outubro de 2025 às 12:38

Está quase a fazer um ano desde que a Digi começou a distribuir os seus serviços em Portugal, impactando diretamente os históricos operadores. Com os lucros a encolherem 9,2% até setembro, uma vez que este ano não houve efeitos extraordinários com a venda de torres, a Nos tem visto o número de clientes a crescer na marca mais acessível, o que acaba por impactar os resultados gerais da operadora.

Miguel Almeida, CEO da Nos, admite que o ambiente de negócios se tem mantido estável ao longo destes últimos 12 meses. "Para ser totalmente transparente, nestes últimos meses não houve notícias relevantes e que tenham mostrado sinais diferentes", disse o responsável durante a "call" com analistas

"Desde novembro que a dinâmica tem sido praticamente a mesma. No nosso caso, há algum peso em termos de gross adds [aumento bruto de clientes] nas marcas económicas, mas esse valor ainda está num único dígito, o que mostra estabilidade. Não estamos a ver algo a mudar em relação ao que já vimos na primeira metade do ano", adianta Miguel Almeida aos analistas. 

Desde novembro que temos vindo a crescer na Woo, que tem uma receita mais baixa que a Nos, o que tem um impacto progressivo. Miguel Almeida
CEO da Nos

Questionado sobre se a queda que tem vindo a ser sentida nas receitas por utilizador se vai manter, dado que que no terceiro trimestre caiu 1,8%, o CEO justifica-se com "pressões" ao longo de toda a cadeia. "Há várias pressões e justificações para esta quebra. O 'mobile data' caiu, desde novembro que temos vindo a crescer na Woo, que tem uma receita média mais baixa do que a marca Nos, o que tem um impacto progressivo, e no início do ano não aumentámos os valores dos contratos", afirma, acrescentando que a receita média acaba por ser prejudicada por esta combinação. 

Ainda assim, Miguel Almeida é consistente: "é injusto dizer que estamos a priorizar o volme face ao preço. Não queremos dar muito espaço às marcas económicas, e por isso também lançámos uma, mas isso tem impacto. Progressivamente temos mais clientes neste segmento, com receitas médias mais pequenas, muito mais pequenas. Quando vemos a receita média conjunta, vemos que há um impacto direto". 

Sobre uma competição mais direta com a Digi - com a operadora romena a admitir estar a ganhar clientes -, o CEO da Nos diz que não vai dar espaço. "Não vamos dar muito espaço ao novo entrante, mas queremos encontrar o balanço certo", mas a operadora assegura que náo está a sentir um aumento da pressão por parte da linha de retenção para a renegociação de contratos. "Não temos visto grandes aumentos de clientes a tentar renegociar os contratos, portanto está tudo estável dentro do ambiente competitivo".

Numa tentativa dos analistas perceberem se é possível esperar um aumento de preços no início de 2026, Miguel Almeida sustenta que a operadora ainda não tomou qualquer decisão.  "Ao dia de hoje ainda não temos qualquer decisão, mas estamos a avaliar a opção [de aumentar preços]. Não temos uma conclusão, estamos a olhar para essa possibilidade e brevemente, até ao fim de novembro e dentro do prazo, vamos comunicar ao mercado".

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