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Vale a pena pagar pelo ChatGPT e companhia?

Os assistentes de inteligência artificial (IA) vieram para ficar - estando mais completos e capazes a cada dia que passa, mesmo nas versões gratuitas. Mas as grandes tecnológicas têm apostado no chamado modelo de subscrição por níveis, no qual algumas capacidades estão disponíveis para todos, enquanto outras só estão disponíveis em subscrições. Vale a pena pagar para ter acesso às versões mais completas do ChatGPT, Gemini, Claude e Perplexity? Conheça as vantagens das versões pagas.

IA e subscrições pagas de ChatGPT, Gemini, Claude e Perplexity
IA e subscrições pagas de ChatGPT, Gemini, Claude e Perplexity
14:00
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19.09.2025

ChatGPT

Existe um método simples para perceber se, à partida, vale a pena equacionar pagar pelas versões mais completas do ChatGPT. Com que frequência lhe aparece a mensagem “Não tem mais respostas do GPT-5”? Este é um sinal de que “esgotou” temporariamente o número de créditos (tokens, no original em inglês) do modelo mais avançado de inteligência artificial que é disponibilizado na versão gratuita do ChatGPT. Se quiser mais tem de esperar… ou pagar.

No caso do ChatGPT existem duas versões pagas: o ChatGPT Plus (23 euros por mês) e o ChatGPT Pro (229 euros por mês). O ChatGPT Plus dá acesso a funcionalidades que os utilizadores da versão gratuita não têm. São disso exemplos a ferramenta de criação de vídeos Sora, o modo agente do ChatGPT (no qual o sistema é capaz de assumir o controlo do browser para realizar tarefas pelo utilizador) e ainda a possibilidade de criar os seus próprios GPT (na prática, versões otimizadas do ChatGPT para tarefas específicas ou repetitivas que possa ter no dia a dia).

A versão Plus dá ainda acesso alargado às opções disponíveis na versão gratuita. Por exemplo, existem mais mensagens disponíveis para a versão mais avançada do GPT-5, o modelo usado tem uma capacidade de “raciocínio” melhorada e também uma capacidade de memória (é capaz de lembrar as preferências e pedidos do utilizador) mais expandida.

Já a versão ChatGPT Pro é, tal como o nome indica, mais indicada para profissionais. Tem tudo o que a versão Plus tem, mas na prática quase sem limitações de utilização em qualquer um dos modos e ferramentas disponíveis. A versão Pro garante ainda acesso antecipado às novas funcionalidades do ChatGPT, o que pode ser importante para profissionais da área tecnológica.

“Para ver se precisa da versão paga não há nada melhor do que resolver uma dor. Se tem um estudo ou uma análise importante [para fazer] e está a sentir dificuldades, é fazer a experiência de usar a versão paga. E ver o resultado”, recomenda Paulo Figueiredo, presidente executivo da Starkdata, uma startup que usa algoritmos de IA para fazer previsões de negócio.

19.09.2025

Google Gemini

À semelhança do ChatGPT, a Google tem duas versões pagas da ferramenta de IA Gemini: o Google AI Pro (21,99 euros por mês) e o Google AI Ultra (274,99 euros por mês). Mas na altura de pedir dinheiro aos utilizadores por sistemas de IA, a gigante dos motores de busca pode ter uma vantagem importante. A começar pelo maior fator diferenciador, que é a integração com o restante ecossistema Google (e que é usado por dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo).

Por exemplo, quem subscrever o AI Pro pode aceder ao Gemini nas aplicações Gmail, Docs e Vids, e ganha acesso a muito espaço de armazenamento (2 TB) na nuvem para os vários serviços Google. Com a versão AI Ultra, é incluído ainda acesso ao YouTube Premium (permite ver vídeos sem publicidade e em modo offline) e dá acesso a mais armazenamento (30 TB).

Depois, em termos de funcionalidades, o Gemini acaba por ter praticamente as mesmas opções do ChatGPT e também divididas por diferentes planos: há funcionalidades para geração de imagens, de vídeos e também de resumos, através de uma ferramenta popular de anotações, chamada Notebook LM. E à semelhança do ChatGPT, pagar mais pelo Gemini, dá acesso a melhores modelos e com níveis de utilização mais alargados. “[Utilizar a IA] Aumenta a produtividade. E quando se pretende fazer um estudo mais profundo, a versão gratuita é mais superficial. Em contexto profissional, para trabalhos mais profundos, é aceitável que se pague”, analisa Paulo Figueiredo.

É aqui que entra outra dica importante. Num mundo no qual as ferramentas de inteligência artificial estão a ficar uniformizadas nas funcionalidades, aquilo que faz a diferença é a qualidade dos modelos que estão base dessas funcionalidades. Portanto é importante experimentar os diferentes sistemas antes de assumir o compromisso de uma subscrição mensal.

19.09.2025

Claude e Perplexity

O ChatGPT e o Gemini são dominantes no número de utilizadores mensais (700 milhões e 400 milhões, respetivamente), mas isto não significa que a corrida pelos utilizadores (e o seu dinheiro) fique por aqui. Por exemplo, o Claude da startup Anthropic é popular junto dos programadores, enquanto o Perplexity, da startup com o mesmo nome, ganhou destaque por, desde o primeiro momento, incluir uma função de pesquisa online (útil para encontrar informação atualizada).

No caso do Claude (versão Pro por 22,14 euros por mês ou versão Max a partir de 110 euros por mês), o grande destaque é a possibilidade de ligar o modelo de inteligência artificial a populares ferramentas e serviços online, como o Asana, Atlassian, Canva, Box, Notion, Paypal e Stripe. Se nas suas tarefas diárias estes elementos são importantes, o Claude pode fazer a diferença face a outros modelos.

Já no caso do Perplexity o grande diferenciador está no foco da ferramenta na fusão entre IA e pesquisas online, mas também na disponibilização de modelos de outras empresas - incluindo o GPT-5 da OpenAI - diretamente na sua plataforma. As versões pagas (Pro por 21 euros por mês e Max por 208 euros por mês) dão ainda acesso ao Perplexity Labs, um sistema para criar projetos de raiz com a ajuda da IA e que incluem a geração de ficheiros descarregáveis e até de miniaplicações. Este modelo pensa durante mais tempo e usa mais fontes online para gerar os resultados pedidos pelos utilizadores.

“Os sistemas de IA vieram para ficar. Acho que a mensagem fundamental é que não devemos perder o sentido crítico, não devemos deixar de rever os resultados e não devemos deixar de ter a responsabilidade por aquilo que entregamos”, sublinha ainda o CEO da Starkdata.

19.09.2025

E o português Amália?

Os grandes sistemas de inteligência artificial como o ChatGPT têm na sua base os chamados grandes modelos de linguagem (LLM). São estes modelos que usam cálculos estatísticos para produzir linguagem com uma qualidade próxima à de um humano e em diferentes áreas de conhecimento. Já foi confirmado que o Amália não vai estar disponível numa aplicação de consumo, ao estilo ChatGPT, ficando apenas disponível na versão de “modelo”. Este modelo vai ser disponibilizado em código aberto, o que significa que empresas e utilizadores com conhecimentos técnicos poderão integrar o Amália nas suas aplicações e sites, ou até mesmo criar novas versões e, por exemplo, especializadas numa única área. 

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