Emirados consideram "injusto" acordo proposto pela OPEP
Os Emirados Árabes Unidos consideraram hoje "injusto" o acordo proposto pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+), segundo um comunicado divulgado pela agência oficial, WAM.
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"O comité ministerial conjunto de acompanhamento (JMMC) infelizmente só propôs uma única opção, a saber, aumentar a produção sob a condição de prorrogar o contrato atual, o que prolongaria o volume de produção de referência [de 2018], injusto para os Emirados Árabes Unidos, até dezembro de 2022 em vez de abril de 2022", afirmou o Governo.
Em 2018, a OPEP+ iniciou uma política de limitação da sua produção para manter o preço do petróleo, mas, com a queda drástica da procura registada desde o início da pandemia de covid-19, a organização e os seus aliados reduziram ainda mais a produção, tendo iniciado em maio último um aumento progressivo.
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"Os Emirados estão prontos para prolongar o acordo, se necessário, mas pedem que os volumes de produção de referência sejam revistos (em alta) de forma a assegurar que seja equitativo para todas as partes", afirma o comunicado.
Na sexta-feira, os 23 países da OPEP+, liderados pela Arábia Saudita e pela Rússia, não conseguiram chegar a um consenso sobre o aumento das quotas de produção a partir de agosto, após um primeiro impasse nas negociações registado na véspera.
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As negociações, iniciadas na quinta-feira, prosseguem segunda-feira, sendo que, desta vez, não é a tradicional rivalidade entre Moscovo e Riade que está a dificultar a chegada a acordo. Observadores referidos pela agência France-Presse (AFP) afirmam que, a haver fracasso, ele será da responsabilidade dos Emirados Árabes Unidos, que renovaram o pedido de revisão em alta do seu volume de produção de referência, que serve de base ao cálculo da sua quota.
Este limite fixado em outubro de 2018 é considerado obsoleto pelos Emirados, que reivindicam "uma capacidade [de produção] mais elevada", afirmou o analista do Commerzbank, Eugen Weinberg, citado pela AFP.
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Fixado atualmente nos 3,17 milhões de barris diários, os Emirados insistem para que seja elevado para os 3,8 milhões de barris, disse o analista do Saxobank, Ole Hansen, sublinhando a AFP que a OPEP+ não quer "abrir a caixa de Pandora".
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