Vai ser o nono aumento consecutivo de produção de petróleo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+), mas depois de dezembro - mês em que vão adicionar mais 137 mil barris por dia - o cartel promete estabilizar a produção pelo menos até março.

O grupo tem tentado recuperar quota de mercado num contexto de possível excesso de oferta. Numa videoconferência este domingo, o cartel confirmou, tal como esperado, que iria adicionar o mesmo número de barris que tinham acrescentado em outubro e novembro, mas anunciou uma pausa de janeiro a março, de modo a acomodar uma procura mais modesta nessa época.

A OPEP+ tem vindo a aumentar gradualmente a produção de modo a regressar ao patamar dos 1,65 milhões de barris por dia, interrompido há dois anos. No entanto, têm-se multiplicado alertas de um possível excedente de petróleo.

"À semelhança dos meses anteriores, o aumento real da produção deverá ser apenas uma fração do aumento da quota, uma vez que alguns Estados-membros atingiram o limite máximo e outros ainda estão a implementar cortes de compensação pela sobreprodução passada", comenta, a este propósito, Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS.

"O Grupo dos Oito [Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã] continuará a reunir-se mensalmente. A próxima reunião está marcada para 30 de novembro. Continuamos a esperar que o Brent permaneça na faixa de negociação de 60-70 dólares por barril, com uma meta de 62 dolares para o final do ano", diz ainda, num "research" a que o Negócios teve acesso.

Na sexta-feira, antes do encerramento da negociação durante o fim de semana, os preços do petróleo seguiam em alta, mas tanto o Brent, referência para a Europa, como o WTI, negociado em Nova Iorque, valiam bem abaixo dos 70 dólares por barril. O Brent negociava nos 64,77 dólares e o WTI nos 60,98 dólares.