Inflação nos EUA faz ouro recuar. Petróleo segue para segunda semana de perdas
Acompanhe, ao minuto, a evolução dos mercados nesta sexta-feira.
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Ouro cede com dados da inflação nos EUA. Prata caminha para valorização de 6% na semana
Os preços do ouro estão a perder terreno nesta sexta-feira, pressionados por uma inflação abaixo do esperado nos EUA e por um dólar mais forte.
O metal amarelo perde 0,22%, para os 4.323,140 dólares por onça.
O dólar manteve-se estável perto de máximos de uma semana, o que torna os metais preciosos cotados em dólares mais caros para os detentores de outras divisas.
“Os dados mais suaves sobre a inflação [...] ajudam a justificar uma trajetória ‘dovish’ da Fed, mas também significa que [os metais preciosos] perdem parte do seu apelo como proteção contra a inflação”, disse à Reuters Tim Waterer, da KCM Trade.
Nesta linha, os futuros das taxas dos fundos federais mostraram um ligeiro aumento na probabilidade de a Fed vir a reduzir as taxas diretoras na sua reunião de janeiro, após a divulgação dos dados da inflação.
Já a prata sobe 0,46%, para os 65,778 dólares por onça. O metal precioso está a caminho de fechar a semana com uma valorização de cerca de 6%, após ter atingido sucessivos máximos históricos. A prata já valorizou 128% no acumulado do ano, superando a subida ouro, que regista, até agora, uma valorização de 65% desde janeiro.
Petróleo desvaloriza e caminha para segunda semana seguida de perdas
Os preços do petróleo negoceiam com perdas esta manhã e caminham para uma segunda semana consecutiva de desvalorizações, com o desenvolvimento das negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia a compensarem preocupações com interrupções no abastecimento de crude devido ao bloqueio anunciado pela Administração Trump a petroleiros venezuelanos.
O WTI - de referência para os EUA – cai 0,28%, para os 55,59 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,27% para os 59,66 dólares por barril. Nesta semana, o Brent já caiu 2,3%, enquanto o WTI perde 2,5%.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quinta-feira que acredita que as negociações para acabar com a guerra na Ucrânia estão “a chegar a algum lugar, antes de uma reunião dos EUA com autoridades russas que terá lugar este fim de semana.
"A incerteza sobre os detalhes da aplicação [do bloqueio norte-americano a petroleiros na Venezuela] e o otimismo de que um potencial acordo de paz na Ucrânia liderado pelos EUA ainda possa surgir [estão] a aliviar as preocupações com o abastecimento global e a moderar os prémios de risco geopolítico”, disse à Reuters o analista da IG Tony Sycamore.
Ásia fecha em alta com inflação nos EUA a aumentar apetite pelo risco. Softbank disparou 6%
Os principais índices asiáticos fecharam com ganhos em toda a linha, impulsionados por cotadas tecnológicas e por dados que mostraram um arrefecimento da inflação nos EUA que reforçam as apostas a favor de um novo corte nas taxas pela reserva Federal norte-americana. Isto num dia em que o Japão anunciou que irá aumentar os juros diretores.
Pelo Japão, o Nikkei subiu 1,03% e o Topix ganhou 0,80%. O sul-coreano Kospi - índice com grande peso de cotadas ligadas à tecnologia e inteligência artificial - avançou 0,65% e o índice de referência de Taiwan pulou 0,83%. Já pela China, o Hang Seng de Hong Kong valorizou 0,79% e o Shanghai Composite ganhou 0,36%.
As "yields" da dívida soberama japonesa com maturidade a 10 anos subiram para máximos de várias décadas, depois de o Banco do Japão (BoJ) ter aumentado os juros, conforme esperado, para o nível mais alto desde 1995. O índice regional MSCI Ásia-Pacífico avançou 0,5%, apoiado pela valorização de gigantes da tecnologia como o SoftBank Group, que disparou mais de 6%, e a Tencent Holdings (+1,90%).
Os ganhos nas ações de tecnologia foram impulsionados pelas perspetivas sólidas apresentadas pela Micron Technology, que acabaram também por renovar o ânimo em Wall Street na sessão de ontem, fator que aliviou as preocupações com os avultados gastos e a possível sobreavaliação de cotadas ligadas à IA - receios que têm vindo a pressionar o sentimento dos investidores ao longo das últimas sessões.
Os números da inflação nos EUA reforçaram o apetite pelo risco. Ainda assim, a desaceleração nos números da inflação nos EUA veio acompanhada de alguns problemas com os dados. O Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA não conseguiu recolher números ao longo de outubro devido à paralisação temporária do Governo Federal e começou a recolher dados mais tarde do que o habitual em novembro.
“Dado que a inflação está significativamente mais baixa mês a mês, há claramente espaço para continuar a reduzir as taxas, para apoiar o mercado de trabalho”, disse à Bloomberg Chris Zaccarelli, diretor de investimentos da Northlight Asset Management.
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