Após ter sido confrontada com a imposição unilateral pela Casa Branca de tarifas de 39%, a Suíça acaba de receber um novo golpe: as barras de ouro com um peso de até 100 onças, ou um quilo, terão de pagar taxas aduaneiras, avançou na noite de quinta-feira o Financial Times.

O jornal indica que a decisão consta de uma decisão de 31 de julho da Agência Aduaneira norte-americana e esclarece que as barras de ouro são agora classificadas como bens sujeitos a tarifas e não, como acontecia, beneficiam de isenção dos direitos alfandegários.

A notícia já agitou os mercados, com os futuros de dezembro no mercado de Nova Iorque a dispararem até aos 3.534,10 dólares por onça, um máximo histórico e que representa um prémio de mais de 100 dólares face aos preços do metal amarelo no mercado à vista em Londres, onde o ouro cedia 0,3%, para 3.386,30 dólares por onça.

Os "traders" esperavam que as barras até 100 onças fossem isentadas das tarifas globais impostas por Washington, contudo a Agência Aduaneira classificou o metal precioso como bens "semi-produzidos" em vez de "ouro em bruto", que estaria isento das taxas alfandegárias.

"O ouro é transacionado entre os bancos centrais por todo o mundo. Nunca pensámos que fosse submetido a tarifas", disse à Bloomberg Robert Gottlieb, antigo "trader" de metais preciosos e diretor no JPMorgan Chase.

A Bloomberg refere que os diretores de duas grandes refinarias de ouro na Ásia indicaram que vão fazer uma pausa nos envios do "metal amarelo" para os EUA até a situação estar mais clarificada.

As barras de ouro de um quilo são as mais transacionadas no Comex, o maior mercado mundial de futuros do ouro, e representam a maior fatia das exportações deste metal precioso pela Suíça para os EUA.

A Bloomberg refere ainda que não ficou claro se outro tipo de barras de ouro, como as de 400 onças - as mais transacionadas em Londres - também serão sujeitas a tarifas.