Angola produz 3 milhões de barris de petróleo por dia se pré-sal for viável

Angola pode chegar a produzir três milhões de barris de petróleo por dia se a exploração do nível pré-sal, ainda em fase inicial, for viável, considerou hoje à Lusa David Thomson, da consultora britânica Wood Mackenzie.
Lusa 01 de Dezembro de 2013 às 18:04

"O futuro para a indústria do petróleo em Angola é muito positivo, principalmente se a exploração do nível pré-sal, que está agora a começar a ser feita, for viável, o que pode catapultar a produção de petróleo para mais de 3 milhões de barris por dia nos próximos anos", considerou à Lusa o analista sénior da Wood Mackenzie para a região subsaariana.

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O nível de incerteza, no entanto, é ainda bastante elevado, na medida em que é preciso confirmar a tese de que há, realmente, petróleo no pré-sal, um nível geológico situado por baixo do fundo do mar, explica o consultor, salientando que "até 2015 teremos uma imagem mais clara sobre a escala dos recursos naturais possíveis de explorar". Ainda assim, o consultor afirma que as perspectivas de trabalho apontam para cerca de 10 mil milhões de barris neste nível vários quilómetros abaixo da linha de água.

 

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Para já, as previsões continuam a ser optimistas, dado que, com a "quase estagnação da produção na Nigéria", o maior produtor africano de petróleo, com mais de 2 milhões de barris por dia, "Angola pode tornar-se o número um africano, mas não nos próximos anos", salienta David Thomson na entrevista telefónica a partir de Londres à Lusa.

 

Para estes consultores especializados na indústria do petróleo, Angola deverá ultrapassar a barreira dos 2 milhões de barris diários a partir de 2015 ou 2016, e beneficia não só da estagnação da produção nigeriana, mas também da perceção dos investidores, que encaram o país desfavoravelmente, e dos roubos que frequentemente são reportados pelas principais companhias petrolíferas a operar no país.

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Questionado sobre o significado prático de ser o maior produtor africano de petróleo, Thomson reconheceu que não é apenas uma questão de estatuto: "É claramente uma questão de 'status', mas há potencialmente um aspecto mais importante, que é o efeito tangível de atrair mais investimento, porque a percepção dos investidores passa automaticamente a ser de que Angola é um bom destino para colocar o dinheiro, porque todos querem ser associados com o melhor, com o maior, com o primeiro, e é assim que as coisas funcionam".

 

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A produção de 3 milhões de barris diários faria Angola saltar para o top ten da lista dos maiores produtores de petróleo, liderada pela Rússia e pela Arábia Saudita, que produzem cerca de 10 milhões de barris diários.

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